Lay it on the table
PRIMEIRO PRATO
Os processos de troca que ocorrem num white cube criam muitas restrições na forma como vemos, experienciamos e sentimos arte. Através do enquadramento de uma refeição partilhada, com este projeto procuramos explorar concepções e definições alternativas do que faz um espaço de exposição ou um palco. Assim, perguntámo-nos: o que acontece quando a obra de arte não é mostrada em quatro paredes, mas no espaço em cima e à volta de uma mesa?
duração do projecto
9 outubro 2023
9 outubro 2023
curadoria
Alexia Alexandropoulou | Inês Nêves | Lígia Fernande | Nicole Sánchez
Alexia Alexandropoulou | Inês Nêves | Lígia Fernande | Nicole Sánchez
localização do projecto
Manja (Lisbon)
Manja (Lisbon)
co-produção
Manja (Lisbon)
Manja (Lisbon)
entidades parceiras
Maria Rita Arnaut
Maria Rita Arnaut
A performance gastronómica "Preto no Branco" de Eduardo Freitas aborda a mesa como um espaço biográfico onde o artista coloca questões tanto físicas quanto emocionais. Cozinhando pratos tradicionais do Brasil, apresentados em dois atos, o artista — que tem origens tanto negras como brancas — explora as dinâmicas em torno da sua identidade e herança cultural. Durante a performance, Eduardo partilha histórias dos seus antepassados e as suas implicações políticas: uma ação corajosa de vulnerabilidade, uma vez que nos permite absorver a sua identidade ao comer alimentos na forma do seu corpo e ouvir as suas íntimas histórias. Embora possa ser difícil compreender em pleno a experiência de outra pessoa, Eduardo torna tudo mais acessível ao ativar os nossos sentidos e convidar-nos a partilhar a mesa, convertendo-nos numa parte integral da ação performativa.
Eduardo Freitas nasceu em Ponta Grossa - PR, Brasil (1990). Em 2017 decidiu mudar-se de país na expectativa de encontrar novos estímulos para a sua produção artística. Reside em Portugal desde então. O artista, que na sua infância e juventude, paralelamente aos seus estudos artísticos, conviveu e trabalhou na indústria de restauração, traz para o seu trabalho criativo a comensalidade e apresenta o ato de comer e cozinhar como ações artísticas. Investiga também os conceitos da matéria, linguagens híbridas, corpo e tradição, numa estratégia que cruza a sua vivência pessoal às memórias, histórias e lugares do “outro”.