membros inactivos


o colectivo mais uno +1 é uma estructura orgânica da qual já fizeram parte estas pessoa



Aino Garcia Vainio (FI)
— gestora cultural. escritora de banda desenhada


Alexia Alexandropoulou (GR)
— curadora. produtora de arte


Alina Shpakova (RU)
— UX designer.  pintora.  sketcher


Angela Ramírez (MX)
— artista plástica


Carla Luís (PT)
— investigadora em direitos humanos e democracia


Carolayne Ramos (PT)
— artista. blogger. podcaster. escritora


Dorottya Ács (HU)
— gestora cultural.  produtora musical


Elžbieta Upė Rozanovaitė (LT)
— artista visual. designer


Francisco Duarte Coelho (PT)
— artista plástico.  galerista


Inês Nêves (PT)
— multidisciplinary artist


Ioanna Antonia Kaloudioti (GR)
— designer gráfica


Joyce Ward (FR)
— gestora cultural


Kalle Hübel (DE)
— gestor cultural


Laura Jiménez López (ES)
— designer gráfica


Léa Heudes (FR)
— designer gráfica


Lihi Shmuel (IL)
— gestora cultural


Lorenzo Bordonaro (IT)
— artista visual. antropólogo


Marcelo Duarte (BR)
— curador.  galerista


Manu Romeiro (BR)
— artista plástica


Margot Demey (BE)
— gestora cultural


Maria João Costa (PT)
— artista visual. curadora


Mariia Mironova (RU)
— designer UI/UX


Marta Dorin (IT)
— designer gráfica


Miriam Paneri (IT)
— ilustradora.  artista visual


Nina Fraser (UK)— artista visual


Rita Oliveira Dias (PT)
— artista visual


Simone Lackner (AT)
— cientista multidisciplinar


Sofia Enriquez Gonzalez (CL)
— artista. curadora



Lay it on the table


PRIMEIRO PRATO
Os processos de troca que ocorrem num white cube criam muitas restrições na forma como vemos, experienciamos e sentimos arte. Através do enquadramento de uma refeição partilhada, com este projeto procuramos explorar concepções e definições alternativas do que faz um espaço de exposição ou um palco. Assim, perguntámo-nos: o que acontece quando a obra de arte não é mostrada em quatro paredes, mas no espaço em cima e à volta de uma mesa?

duração do projecto
9 outubro 2023
curadoria
Alexia Alexandropoulou | Inês Nêves | Lígia Fernande | Nicole Sánchez
localização do projecto
Manja (Lisbon)
co-produção
Manja (Lisbon)
entidades parceiras
Maria Rita Arnaut
A performance gastronómica "Preto no Branco" de Eduardo Freitas aborda a mesa como um espaço biográfico onde o artista coloca questões tanto físicas quanto emocionais. Cozinhando pratos tradicionais do Brasil, apresentados em dois atos, o artista — que tem origens tanto negras como brancas  — explora as dinâmicas em torno da sua identidade e herança cultural. Durante a performance, Eduardo partilha histórias dos seus antepassados e as suas implicações políticas: uma ação corajosa de vulnerabilidade, uma vez que nos permite absorver a sua identidade ao comer alimentos na forma do seu corpo e ouvir as suas íntimas histórias. Embora possa ser difícil compreender em pleno a experiência de outra pessoa, Eduardo torna tudo mais acessível ao ativar os nossos sentidos e convidar-nos a partilhar a mesa, convertendo-nos numa parte integral da ação performativa.







Eduardo Freitas nasceu em Ponta Grossa - PR, Brasil (1990). Em 2017 decidiu mudar-se de país na expectativa de encont
rar novos estímulos para a sua produção artística. Reside em Portugal desde então. O artista, que na sua infância e juventude, paralelamente aos seus estudos artísticos, conviveu e trabalhou na indústria de restauração, traz para o seu trabalho criativo a comensalidade e apresenta o ato de comer e cozinhar como ações artísticas. Investiga também os conceitos da matéria, linguagens híbridas, corpo e tradição, numa estratégia que cruza a sua vivência pessoal às memórias, histórias e lugares do “outro”.




histórias vividas e por viver


Atividades para crianças.





duração do projeto
JUL 2022
local do projeto
Agrupamento de Escolas do Catujal (Unhos, Lisboa)
curadoria
Manu Romeiro | Inês Nêves | Lígia Fernandes
entidades parceiras
Junta de Freguesia de Camarate, Unhos e Apelação AMRT Transcultural
Este projeto partiu de uma parceria com Junta de Freguesia de Camarate, Unhos e Apelação e a AMRT Transcultural. Esta parceria visa criar e explorar relações contínuas entre o bairro de Quinta da Fonte e uma comunidade de artistas que trabalham a arte social, situada e participativa. Quinta da Fonte: bairro caloroso bordado a amarelo e banhado de casas. Bairro caloroso com muita vida por certo, mas que nem sempre se vê. Assim nos pintaram Quinta da Fonte e assim o vimos nós, quando o visitámos. E assim nos pediram, e nós consentimos, para alimentar esse calor.

As entidades parceiras, ao longo de um largo trabalho com o território, identificaram em Quinta da Fonte uma fraca coesão social e ligação entre as diferentes associações locais, manifestando uma necessidade de repensar os atuais modelos de realojamento, comunidade e identidade. Foi com base nesta análise do território e numa vontade de criar oportunidades para artistas desenvolverem trabalho com a comunidade local que iniciámos esta parceria, objetivando, através da organização de projetos de criação artística, desenvolver e partilhar ferramentas para que a própria comunidade continue a desenvolver de uma forma contínua o trabalho catalisado por nós. Visamos explorar artisticamente e, esperançosamente, fortalecer as conexões entre quem pisa o solo quente de Quinta da Fonte: os seus habitantes, os órgãos locais, os artistas, e o próprio território.

A atividade para crianças “Histórias vividas e por viver” foi a primeira iniciativa a nascer desta colaboração: um primeiro contacto para nos ajudar a conhecer as histórias reais ou imaginadas, os sonhos e as vidas das crianças que habitam o caloroso bairro da Quinta da Fonte.


Fotos: Nicole Sánchez
— “histórias vividas e por viver”

“Aos sete anos, ou aos oito, não me lembro, eu fui a Marrocos. E numa cidade que já não me lembro como se chama, nós fomos para um hotel que parecia um castelo. E tinha lá um piano. Eu tava a tocar notas a balda porque ainda não sabia tocar. Por isso apetece-me voltar lá agora. Porque agora já sei tocar.”

O passado é recente (se não presente), e as memórias — tão vivas — até arrepiam só de lembrar… Geram gargalhadas, desejos. Ao ir e retornar sem dificuldades, imaginamos um futuro próximo e glorioso, sem receio. Ao contrário dos adultos que, através das histórias (outrora vividas, agora contadas), tocam e revivem nostalgicamente o passado, as crianças vivenciam a suas histórias como um processo de entendimento, de aprendizagem e diversão. Ao recordar e imaginar, navegam as diversas direções do possível e do impossível. Na imaginação cabe tudo!

Este programa de atividades para crianças entre os 6 e 12 anos juntou diferentes propostas multidisciplinares relacionadas com histórias de infância: histórias que nos formam e marcam enquanto adultos, e que são o presente das crianças do agora.

“E depois, quando eu saía para a varanda, não havia quintal, era varanda. Ahm… sempre mexíamos nos vasos das plantas para pôr noutro sítio e limpar... então um dia levantamos um vaso e ele estava cheio de leeeeesssmmmmaaaasss... eu desde esse dia comecei a ter medo das lesmas, porque... porque uma delas subiu para o meu braço... hummm... isssssshhhh...”
— Atividades

Manu Ribeiro
"Aqui foi contada uma história"


Atividade de desenho e narrativa oral. A atividade foi realizada em pares. Cada duas crianças executaram duas atividades: à vez, uma contou uma história enquanto a outra desenhava essa história. Selecionamos um grupo com crianças mais crescidas para este workshop por potenciar a partilha de sentimentos, propondo o desafio de mostrarem vulnerabilidade emocional com os seus colegas. “Aqui foi contada uma história” foi uma atividade para aprender não apenas a desenhar, criar, imaginar e comunicar, mas também um desafio para se olhar para dentro de si, e abrir-se aos outros.

Alessandra Vilela
"Workshop de aguarela em tecido"


Esta atividade focava-se na pintura com aguarelas em tecido. A Alessandra ensinou a técnica de pintura com aguarelas,  e explicou conceitos básicos do sistema das cores. Ao proporcionar uma nova competência técnica, a Alessandra procurou estimular a creatividade das crianças, e explorar liberdade de expressão, permitindo-os encontrar a sua própria voz. 

Liz Melchor
"Vamos fazer uma história de macacos!"


Vamos fazer huma história de macacos robot: uma tarde em que cada criança coloriu, ajustou, e adicionou ao contorno de um macaco que foi impresso com uma pen plotter (robot de desenho). O objetivo wea fazer uma animação stop-motion muito curta: cada criança tomou parte numa história coletiva. Esta atividade procurou integrar a diversão infantil dos desenhos-animados, oferecendo uma interação com ferramentas tecnológicas; e mostrar às crianças que, juntos, cada um tem a responsabilidade e autonomia para ser parte de uma história unificada.

Ana André
"Histórias e bonecos de papel"


Na atividade “Histórias e bonecos de papel”, duas histórias foram contadas, e para cada uma delas as crianças foram ensinadas a fazer um boneco de papel ao dobrar e cortar, e a fazer uma camisola para essa figura. Ao moldar a figura, as crianças personalizaram o seu brinquedo: em alguns casos, criaram uma replica de si mesmos, noutros, uma réplica de uma figura tutelária ou heróica.




Carla Luís “Direitos humanos: o que são e o que devem ser?”


Nesta atividade chamada “Direitos humanos: o que são e o que devem ser?”, falámos sobre os Direitos Humanos: os Direitos que temos, e os que devemos ter. As crianças foram convidadas a falar sobre estes aspets e produzir materiais visuais (ao desenhar e escrever) relacionados com o tópico. Os materiais foram pendurados na parede no formato de uma exposição, dando voz à participação das crianças.






Fotografia: Nicole Sánchez e Inês Nêves


Agarrar o Tempo: Desenhar no Aqui e Agora


A exposição compreende desenhos produzidos durante as sessões de desenho ao vivo organizadas semanalmente pelo Lisbon Drawing Club. Uma retrospectiva sobre as mãos, corpos e mentes que passaram por estas reuniões durante 2022.
— duração do projecto
  25 - 27 de Novembro
—  curadoria
    Alexia Alexandropoulou
    Inês Nêves
    Alina Shpakova
    Dorottya Ács
    Elžbieta Upė Rozanovaitė
— localização do projecto/parceria logística
    Fabrica Braço de Prata (Lisbon)
— entidades parceiras
    Lisbon Drawing Club
O Desenho, como linguagem visual primária, é essencial para a comunicação e expressão, e muitas vezes tão importante como competências escritas e orais. A necessidade de compreender o mundo através de lentes visuais parece mais urgente do que nunca: imagens transcendem as barreiras da linguagem e melhoram a comunicação numa sociedade cada vez mais fluida, num mundo que muda velozmente e onde nada permanece igual.

Considerando esta rápida mudança como inevitável, propomos o tema Aqui e Agora que pode compreender múltiplos significados. Em primeiro lugar, cria urgência. Causa o ato de parar por um momento e entender o presente antes que seja tarde demais. Em segundo, representa a ação literal do Lisbon Drawing Club: pessoas estando juntas num espaço, focando-se no presente e no desenho. Esta união permite a vivência de um momento único de criação, reflexão e representação.

O corpo humano tem sido uma preocupação central dos artistas desde as primeiras formas de expressão humana até hoje descobertas, ganhando mais relevância dentro do campo do Desenho desde o Renascimento. Mas como pode o corpo humano ser desenhado? Os desenhos nesta exposição são conseguidos não só num sentido ilustrativo, não há apenas interesse em retratar ou transmitir detalhes exatos, mas a tensão é enfatizar o tema da vida interior.

O desejo interior do artista é registrar a condição humana e comunicar-la ao mundo, criando um efeito emocional narrativo. Através da contemplação serena, os espectadores podem ver as diferentes sensações e formas do corpo, assim como as imagens evocativamente sugeridas por estes trabalhos. Estes podem parecer pequenos em escala, mas abrem um espaço amplo para re-pensar a atual noção do corpo e da condição humana.

Ao colecionar desenhos do Aqui e Agora, esta exposição também agarra a mutação do tempo. Os momentos estão em permanente evolução, o tempo transforma o (agora-passado) presente num (mais-atual) presente. Cada um dos desenhos selecionados testemunha a vivacidade de ambos o desenhador e o desenhado; pois a vida significa movimento, ação e transformação. Assim, esta exposição atua como um arquivo de momentos no tempo, um arquivo de pessoas e conexões. Aqui e Agora pode parecer difícil ou incerto, mas também pode ser um maravilhoso tempo para se viver — inquestionavelmente, um tempo que vale a pena agarrar.

Texto curatorial: Alexia Alexandropoulou e Inês Nêves



Alexia Alexandropoulouprodutora de arte / curadora


Alina Shpakova
artista visual



Dorottya Ács
gestora cultural / produtora musical



Inês Nêves (PT)
artista multidisciplinar








Foto: Nicole Sánchez





Foto: LDC Website

sonic frontiers


Sonic Frontiers foi um evento musical que visava explorar e apresentar as tendências e direcções actuais da música contemporânea e experimental.

—  data do projecto
    18 fevereiro
—  curadoria
    Dorottya Ács
—  localização do projecto/ parceiro
    Prisma Estúdio (Lisbon)
—  audiência
    50-60 pessoas

—  artistas
O evento consistiu em 3 concertos de artistas locais e internacionais, que apresentaram os seus projectos dentro dos géneros de looping, arranjos vocais distorcidos, ruído pós-punk, electrónica, design de som, e ambiente/atmosférico. Os artistas convidados exploram actualmente na sua prática musical a sua própria versão do experimentalismo .

Tivemos a sorte de contar com a ajuda do Pisma Estúdio para criar este evento. A sua equipa forneceu-nos o local do concerto, que providenciou o ambiente perfeito para convidar o público e os artistas a colaborar numa atmosfera comum.


Human Name é o nome artístico do músico experimental Steven Stringer. Human Name utiliza uma combinação de guitarra em loop, arranjos vocais suaves e sons improvisados que revelam texturas de sonho.


Fransico Zedde, multitalento musical, traz a sua banda individual eléctrónica pós-punk Tonto. Apresentando bateria acústica, electrónica e vocais de soul firmes, a digressão de Tonto pára em Lisboa para uma noite de experimentalismo consumidor.


Fake Music For Travellers é uma dupla musical experimental baseada em Lisboa, composta por Fernando Cainço e Rui Veiga - um trabalhando sobre teclados analógicos e o outro sobre electrónica e guitarra. Um conjunto ambiental de sintetizadores que viajam no tempo, no espaço, nas profundezas, na contemplação, na elevação.

— equipa


Dorottya Ács (HU)  
  gestora cultural / produtora musical




Alina Shpakova (RU)
UX designer / pintora / sketcher


Laura Jiménez (ES)
designer


Margot Demey (BE)
curadora / pesquisadora

Fotografia: Laura Jiménez





[IN]COUNTER Collective exhibition



“(...) [IN]COUNTER debruça-se sobre as ideias de confronto e de cuidado que surgem do encontro com o Outro.

(...)“Uma das consequências destrutivas do nosso mundo fluido e moderno são processos como a gentrificação, que expõem a violência contra nós próprios e o nosso habitat. As flutuações aceleradas nos bairros causadas pela chegada de residentes mais ricos provocam uma atmosfera de desconfiança e competição, um tema omnipresente na cidade de Lisboa. A potencial deslocação e perda de comunidade alimenta um futuro incerto. Será que podemos encontrar uma forma de apagar ou limitar o medo do futuro, embutido num presente incerto?”


—  duração do projeto
   21.04.2023 - 22.04.2023


—  curadores
    Alexia Alexandropolou
    Dela Christin Mießen
    Inês Nêves
—  assistente de curadoria e produção
    Margot Demey
—  acções artísticas
    Carmen Bioque
    Alina Shpakova
    Elžbieta Upė Rozanovaitė
    Marta Dorin
—  localização do projeto
    Prisma Studio (Lisbon)
O projeto de exposição colectiva [IN]COUNTER apresentou os resultados da nossa residência no Prisma Studio.

Mais do que qualquer outro lugar, o Martim Moniz e os seus arredores encarnam a natureza conflituosa dos imaginários urbanos de Lisboa.O que é que nesta zona é hegemónico e o que é alternativo? Qual é a forma que assumem os sonhos de quem vive, caminha e brinca por estes lugares?



Através de acções artísticas abertas à participação, expostas no Prisma e no espaço público envolvente, Carmen Bioque, Dela Christin Mießen e Mais Uno +1 questionam e abrem coletivamente uma conversa sobre as dinâmicas sociais e políticas deste bairro.

PLAY(THE)GROUND:
Places of Impermanence

EXPOSIÇÃO

Residências de verão / Estúdio no Talude e Quinta da Fonte
—  duração do projecto
    FEBRUARY 15th - MARCH 15th 2024
    TERESA AND ALEXANDRE SOARES DOS SANTOS         BIBLIOTECA
    NOVA SBE
    R. da Holanda 1 2775-405 Carcavelos
    Segunda-feira 9:00 - 20:00
    Terça-feira 9:00 - 20:00
    Quarta-feira 9:00 - 20:00
    Quinta-feira 9:00 - 20:00 
    Sexta-feira 9:00 - 20:00
    Sábado Fechado
    Domingo Fechado
—  equipa curatorial
    Lígia Fernandes ± coradora principal
    Ricarda Oldekop ± comunicação ± curadora         exposição
    Karīna Zelonka ± comunicação
    Nicole Campos Sánchez ± curadora                 ± exposição ± fotógrafa
    Inês Nêves ± design
    Xristina Sagioglou ± curadora exposição ±         assistente exposição
    Léa Heudes ± graphic design exposição
    Aurelie d’Incau ± assistência montagem
    Alexia Alexandropoulou ± revisora
—  artistas em exposição
    Alberto Maria Gatti / Lorenzo Ballerini (IT)
    Elena Aya Bundurakis (GR/JPN)
    Marianne Delaforge (FR)
    Marie Jiménez (DOM)
    Muro Atelier (PT)
      Joana Tomas (PT/FR) Vincent Rault (FR)
    Rita Leitão (PT)
    Zala Pori (SI)
—  agradecimentos especiais
    Talude and Quinta da Fonte Residents
    Marianne Delaforge and Laurent Mendy
    Rolando Borges and Aurio Sebastião (AMRT)
—  AMIGXS DO PLAY(THE)GROUND
    Sofia Leite
    Glória Meireles
    Amélia Novo
    Helena Barahona Simões
    Cristina Vilar
    Glória Brito
    Bárbara Miguel
     e outras pessoas anónimas que contribuiram para o projecto.
—   parceiros : patrocínios : agradecimentos
    AMRT - Associação para a Mudança
    e Representação Transcultural

    NOVA-School of Business and Economics     NOVA Community
    NOVA library
    Desis Lab
    Alberto Maria Gatti
    Lorenzo Ballerini
    Elena Aya Bunduraki
    Emma Gonsales Moro
    Marianne Delaforge
    Marie Jiménez
    Muro Atelier: Joana Tomas & Vincent Rault
    Rita Leitão
    Zala Pori
    COLORFOTO
    Anabela Carvalho
    Felix Schlüter-Oldekop


 
Que forças nos levam a afastarmo-nos da nossa terra?
Até que ponto podemos fazer algo contra elas?
Partir é um ato de coragem?
O que é que aprendemos pelo caminho, o que é que criamos e o que é que levamos connosco?
Qual é a distância desta viagem?
A que terra chamamos nossa?
Onde está a casa para onde regressar?
Quando é que a impermanência se torna permanência?

SYNOPSIS

Este verão, o coletivo Mais Uno +1 convidou um grupo de artistas, criativos e investigadores a passar algum tempo em lugares de (im)permanência. Estes lugares contam histórias: uns foram criados por quem chegou, como espelhos da terra de partida, outros foram impostos, moldados pelo progresso urbano, obrigando a transições pelo caminho. Alguns acolhem pessoas de uma só origem, outros agregam pessoas de muitas origens. Funcionam como lugares de reflexão sobre as nossas próprias histórias, sobre o que sentimos no corpo, o cansaço, a saudade e a esperança. Para as gerações vindouras, são também lugares de re-imaginação, para os quais estão convidados a entrar.

Lugar um: QUINTA DA FONTE - Bairro social construído para realojar as pessoas que viviam na zona que veio a ser a EXPO '98 / Parque das Nações, bem como noutras zonas da cidade que necessitavam de ser realojadas (Portela, Prior Velho, Quinta da Serra)... Assim, encontramos, no mesmo local, pessoas de diferentes origens, como portugueses, portugueses ciganos, e várias populações africanas e afro-descendentes.
Lugar dois: TALUDE - Bairro informal, autoconstruído, construído pelos imigrantes africanos num terreno privado, maioritariamente composto por famílias cabo-verdianas e descendentes. Tem muito poucos estabelecimentos comerciais, um restaurante, um bar, uma "destilaria", e muitas quintas criadas pelos habitantes. Trata-se de um território impermanente, em risco contínuo de demolição para reordenamento urbano. Localizado a poucos minutos do Parque das nações, a sua encosta, com vista para o desenvolvimento urbano da cidade, contrasta com a sua informalidade e ligação à natureza.


O programa destinava-se a pessoas que procuravam espaço, tempo focado e conversas estimulantes que pudessem fomentar a colaboração com as comunidades locais e inspirar o desenvolvimento de projectos inovadores e ascendentes. Esta primeira edição (piloto) da residência PLAY(THE)GROUND decorreu entre julho e setembro de 2023, e contou com a participação de 10 residentes de áreas como a arte sonora, pintura, ilustração, arquitetura, cinema e escultura. Com o apoio da NOVA-SBE, apresentamos agora os resultados da residência, criando novas ligações entre a universidade, as diferentes comunidades envolvidas e o público.


Fotografias: Marianne Delaforge


Fotografias: Elena Aya Bundurakis



Fotografias: Alberto Maria Gatti / Lorenzo Ballerini

PROGRAMA PÚBLICO DE ACTIVIDADES

       

GALERIA DE FOTOS


Fotografias: Nicole Sánchez

ENTREVISTAS AOS ARTISTAS



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Entre a memória e a utopia


This residency was aimed at artists who wish to reflect on the role of their generation by meeting and co-creating with previous/previous generations of artists from the Cultural Village of Alte - Algarve.
- project duration
30.09.24 - 19.10.2024
- project location
Casa da Galvana (accommodation)
Casa do Povo (exhibition)
Village of Alte, Algarve (PT)
- project team
Sophia Niederkofler | Nicole Sánchez | Ligia Fernandes | Eugenia Bianchessi | Zoë Nowraty |  Ludmila Nawrotzki | Evans Stenakis | Zsófi Molnár
- artists in residency
Pedro Pratas Rodrigues | Angela Guerra | Coletivo Fantasia (Francisco Novais e Raquel Garcês) | Anna Lubbinge  | Pedro Cavaco Leitão | Alun Kirby
- support
Câmara Municipal de Loulê | Casa do Povo de Alte | Festival Política | Artistas Anónimos | Lisbon Drawing Club | Stories Hunters | A Música Portuguesa a Gostar Dela Própria | Associação popular Ribeiro Santos
This setting was chosen for the exhibition LIBERDARTE - ENTRE A MEMÓRIA E A UTOPIA - o dia-a-dia de artista antes e depois do 25 de Abril. The exhibition reflects more than a year's worth of research into the daily lives of artists in Portugal, before and after 25 April of the collective Liberdarte curated by Maisuno+1.

Over the course of three weeks, we hosted seven artists who each engaged with the village of Alte and its community to develop unique artistic projects. Each artist or collective spent one week in a shared house, immersing themselves in the local culture and drawing inspiration from the town and its people. At the end of each week, their work was shared with the public, fostering a dynamic dialogue between the artists and the community.

Throughout the residency, we cooked, collaborated, and created together, nurturing a sense of connection and shared purpose. The evolving exhibition reflected this journey, incorporating the artists' pieces as well as contributions from workshops with local children and residents.

This residency aimed to inspire, reconnect, and explore how art can serve as a unifying and transformative force across generations.

Amanhã


  Pedro Pratas Rodrigues


The project amanhã by the conceptual artist Pedro Pratas Radrigues, currently based in Lisbon, offers an intimate diary of his personal connection to the Algarve, a region he defines as home and the core of his origins. Through his time in Alte, the artist reflects on the themes of memory and everyday life as an artist, using his experiences to explore the ways in which these concepts shape his artistic practice. In this reflection, he examines his journey as a young artist, considering how he will find his place within the contemporary art world. The work is an exploration of identity and place, offering a window into the artist's evolving relationship with his roots and his future.

“When I decided to go to school, a part of me was left behind at that age, a memory that for years I tried to forget. Now, eight years later, I think about what home, time, place and moment mean. There's a desire to show that this place is capable, in this wound, something that can't be erased but that makes us, me and the other, grow and be reborn together.”

- Pedro

amanhã (tomorrow) will help us understand how the tomorrow shapes our present and how artists can dream, create, and build on a collective utopia.

Links: https://www.instagram.com/f.dido/




Vase full of memories
Angela Guerra

The multidisciplinary artist from Sevilla (ES) worked on a project around the topics of resilience, identity and sustainability. In her work the former fashion designer uses recycled materials creating sculptural pieces that embody fragility and strength at the same time.

During her residency in Alte, she deepened her engagement with the theme of art as "a bridge between the past and present, personal and collective experiences." In collaboration with local tailor Julia, the artist sewed a soft sculptural vase in Julia’s atelier, where the rhythmic sound of an old foot-pedal sewing machine set the backdrop for conversations about family, community, and memory. During her exploratory walks through Alte, Angela discovered an old mattress at a local trash site. She repurposed its foam to create the filling for her sculpture, giving new life to discarded materials. The finished vase was then brought to different places in Alte one of them was  Lar de Alte, a local day care center, where the artist engaged with elderly residents to discuss the memories they wish to preserve and the resilience required to navigate life’s challenges. In this context, the vase becomes a symbolic vessel—a repository for collective memory and emotion, a durable, unbreakable object that reflects both personal and communal strength.

Links:
https://www.instagram.com/an.ge.la.gue.rra/

Catwalk
Pedro Cavaco Leitão

Pedro, a member of the collective Moradavaga, joined us for a week-long residency in Alte. Drawing inspiration from the research conducted at the Polo Museológico Cândido Guerreiro e Condes de Alte, he explored the town’s unique characteristics and its distinctive architectural elements, visible along the winding streets of Alte. Another source of inspiration came from the many cats roaming the town, which became a central motif of the project.

For the artistic intervention, cardboard cut-out cats were painted in vibrant blue, referencing the traditional Algarvean practice of painting around window frames and borders of the houses in this striking color. These cats were strategically placed throughout the village, highlighting architectural details and raising awareness about the importance of preserving the town’s heritage and identity. The title of the intervention, "catwalk," typically associated with fashion and haute couture shows, was used to describe a pedestrian tour that connects the themes of the residency—freedom, utopia, and memory—with the local construction traditions of Alte.

Following the residency, the collective produced a series of postcards documenting the nine scenes of the intervention, each accompanied by a Portuguese proverb featuring cats, further emphasizing the project’s message of heritage preservation.

Link:
https://www.instagram.com/moradavaga/
https://moradavaga.com/Exhibitions-Workshops-Lectures

Entre a memória e a utopia

EXPOSIÇÃO


Fotografias: Sophia Niederkofler


Quinta da fonte


Quinta da Fonte é um bairro social que agrega pessoas que foram deslocadas de outros bairros da cidade, de diferentes origens, como portugueses, comunidades romenas e diversas populações africanas e afro-descendentes.

Fotografia: Nicole Sánchez

Artistas em Quinta da Fonte



Riikka Vainio (FI)
Riikka quer capacitar as crianças e os jovens da Quinta da Fonte para se tornarem artistas sem sequer se aperceberem. Desenvolverá um projeto de narração de histórias em que lhes propõe a narração de histórias como um meio de se expressarem, histórias essas que depois se transformarão noutras formas de arte.



Urban Pulse collective (GR)
O Coletivo Urban Pulse pretende explorar o potencial do grupo enquanto dinâmica e a estrutura em constante mudança que se desenvolve através de forças conflituosas e contextos informais. Utilizará a improvisação, a composição instantânea e o trabalho em práticas de parceiros, juntamente com processos narrativos e de consenso comunitário, a fim de abordar a informalidade como antifragilidade.

website

Jéssica Lopes (PT)
Jessica pretende criar um projeto de teatro comunitário, oferecendo uma zona segura na Quinta da Fonte para as pessoas partilharem e aprenderem as suas opiniões e pensamentos sobre questões sócio-políticas. No final da sua residência, espera que estas histórias sejam mostradas a um público mais vasto sob a forma de uma cena teatral, para trazer consciência e visibilidade às comunidades.

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Małgorzata Minchberg (PL)
Małgorzata quer desenvolver a "atenção empática", como lhe chama, que é a forma da natureza em que interfere, que desencadeia a necessidade de ser sensível a ela. Na Quinta da Fonte, pretende procurar os vestígios da sua cultura e da sua "atenção empática".

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Suzy Willekens (NL)
Suzy tem como objetivo criar uma instalação envolvendo as comunidades locais. Através de um diálogo colaborativo entre diferentes culturas, pretende desenvolver uma peça de arte colectiva para a Quinta da Fonte.

website





Fotografia: Eugenia Bianchessi

Bairro do Zambujal


O Bairro do Zambujal é um dos maiores bairros sociais de Lisboa, localizado em Alfragide. Tem uma população diversificada, incluindo portugueses, comunidades ciganas e várias populações africanas e afro-descendentes.


Artistas em Bairro do Zambujal





Rita Bourbon (PT)
Durante a sua residência, Rita tem como objetivo criar um mosaico sonoro que capte as necessidades das comunidades locais.Para além disso, pretende criar uma biblioteca de bairro baseada nos interesses e necessidades das pessoas.

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Michele Turbanti (IT)
Michele quer explorar, interagir e documentar o ambiente.Ao fazê-lo, pretende desafiar diferentes dinâmicas que entram em jogo na conceção do espaço, explorando as formas de resistência na prática de ocupação e de tornar públicos espaços privados.

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Fiodor (RU)
Fiodor planeia dividir a sua residência em três partes.Primeiro, quer estabelecer contacto com as comunidades e partilhar histórias. Depois, planeia converter as histórias em esculturas, de acordo com os seus meios artísticos. No final, pretende construir instalações de RA nos bairros, para serem utilizadas pelas comunidades.

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Sofia Seidi (PT)
Sofia considera a pintura como uma expressão de resistência e de afeto e, por isso, vai fazer retratos dos moradores do Zambujal, depois de ter feito conversas e entrevistas, para os conhecer.







Talude


Talude é um bairro autoconstruído composto maioritariamente por famílias originárias de Cabo Verde. Tem muito poucas empresas, um restaurante, um bar, uma "destilaria" e muitas quintas criadas pelos habitantes. Trata-se de um território impermanente, que está planeado para ser demolido no futuro para fins de reordenamento urbano.

Fotografia: Nicole Sánchez


Artistas em Talude




Ana Rodrigues (PT)
Ana é uma jovem artista de Talude. Durante a sua residência, ela quer envolver a sua comunidade para cumprir o seu objetivo de tornar a arte acessível a todos.

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MAx Provenzano (VE)
MAx vai realizar o projeto "BorderSlides" em Talude. Trata-se de uma instalação que pode ser activada pela comunidade e que funcionará como uma fronteira da memória, uma metáfora entre o contexto imigrante

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Manuela Bueno Romeiro (BR)
Manuela desenvolverá o seu projeto "CORPO-CASA", que reflecte a forma como o corpo de um imigrante se torna a sua própria casa individual. Em seguida, realizará uma instalação que contará as histórias das comunidades.

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Aleksandra Naydenova (BG)
Aleksandra procura capacitar os membros da comunidade para partilharem as suas histórias através de artefactos visuais. O seu objetivo é proporcionar-lhes o espaço e as ferramentas para re(vislumbrar) coletivamente os artefactos como encontros entre o formal e o informal nas suas comunidades.

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Rodrigo Édipo (BR)
Rodrigo (Olinda/BRA) irá realizar a pesquisa-intervenção "PAI DERIVA", com o objetivo de mapear repertórios orais e corporais informais que coemergem das interações entre pai e criança ao caminharem à deriva pelo bairro. Com a criança na guia, busca-se encontrar pistas para o reencantamento da vida cotidiana e emancipação dos territórios disciplinares, sendo a paternidade simbolicamente um deles.

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Lourosa Costa (ST)
Lourosa é uma artista que procura adquirir novas experiências e conhecimentos e mostrar que através da arte podemos influenciar o que está à nossa volta e que com ela podemos sensibilizar as pessoas e expô-las a diferentes realidades.

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Trafaria


A Trafaria é constituída por três territórios com características diferentes: Trafaria (antiga zona balnear e vila industrial), 2º Torrão (bairro autoconstruído na margem sul do Tejo, com uma população culturalmente diversificada) e Cova do Vapor (bairro autoconstruído, constituído maioritariamente por portugueses ligados à pesca).

Fotografia: Nicole Sánchez



Artistas em Trafaria




SARA E TRALHA (PT) Sara e Tralha pretende alargar a sua visão sobre a "acheologia da imagem". Com esta coleção de obras de arte multimédia, pretende explorar os valores poéticos dos símbolos na vida humana. Durante a sua residência, Sara e Tralha pretende concentrar-se nos objectos da vida quotidiana.

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DIANA FERRO (IT) A Diana procura ser uma observadora curiosa enquanto examina o tempo e os processos de mudança e crescimento.
Ela quer aprender sobre os processos e conhecimentos das comunidades para criar uma rede de ligações com base neles.

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SARAH KILGALLON (US) O objetivo de Sarah durante a sua residência é produzir um documento histórico criativo. Este consiste num documentário fotográfico, numa construção de histórias individuais e no património das culturas dos bairros.

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LUCIANO B (AR) Luciano desenvolverá uma série de objectos-planetas-pesquisa com o tema da informalidade como resistência.
Reflecte sobre como agir para nos tornarmos presentes num mundo em que cada vez mais os objectos perdem a sua materialidade em favor de um eco digital dos mesmos.

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VERONICA IACOMI (IT) Veronica irá desenvolver uma série fotográfica, correlacionada com um pequeno documentário que pode ajudar a apresentar a um público mais vasto as diferentes realidades que povoam o território e que enfrentam a ameaça de serem varridas pela especulação imobiliária, a legalização progressiva dos assentamentos e a gentrificação em todas as suas formas.

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VARDIT GOLDNER (IL) Vardit desenvolverá o seu projeto "Ceia no 2. Torrão" durante a sua residência.
Pretende filmar a ceia quotidiana de diferentes comunidades e unidades do bairro para criar um reflexo da sua realidade através deste ritual necessário.

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ALICE F. MARTINS (PT) Alice interessa-se por temas relacionados com aldeias e lugares que existem perto do mar e que lidam com questões ambientais e de sustentabilidade. Durante a sua residência, pretende procurar vestígios de como as pessoas lidam com as alterações do nível do mar e a proteção de áreas ameaçadas.
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PLAY(THE)GROUND:
Informalidade como resistência


RESIDÊNCIAS DE VERÃO EM TALUDE, QUINTA DA FONTE, BAIRRO DO ZAMBUJAL, TRAFARIA

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duração do projeto
June 2024 - September 2024
contactos
Aino Garcia Vainio
Lígia Fernandes
Joyce War
Sophia Niederkofler
—  organização parceira AMRT - Associação para a Mudança e Representação Transcultural
COOPERACTIVA ALFRAGIDE
AFROLINK
ASSOCIAÇÃO DE MORADORES A PARTILHA
NOVA - FCSH
equipa curatorial
Aino Garcia Vainio
Eugenia Bianchess
Ioanna Kaloudioti
Joyce Ward
Julia Dżbik
Kalle Hübel
Lígia Fernandes
Léa Heudes
Nicole Sánchez
Ricarda Oldekop
Sophia Niederkofler  
Apoio

DGARTES
ARTISTAS ANONIMOS
HORTAS LX
LISBON DRAWING CLUB
MURO ATELIER
“Nós falamos aquele cigano mais português, onde introduzem aquele “Ai, mãe…”, mas também temos o que chamamos o “galego”, mais parecido com o espanhol. Um exemplo: se estivermos a dizer alguma coisa e estiver por perto alguém que a gente não queira que perceba, ainda temos outro palavreado, que chamamos o “romanó”. Há palavras que se eu disser em cigano, você percebe, “batatas”, dizemos igual, “ojos”,  dá para perceber, porque é mais ou menos o espanhol. Se eu quiser que não perceba temos os “sacais”, já não tem nada a ver com olhos, e são olhos.

Mesmo na comunidade cigana, não é qualquer um que saiba esse tipo de fala, o “romanó”.  Há palavras que até eu desconheço. Porque nos dias de hoje já não se usa tanto com esta geração, e a que vem a seguir ainda está a deixar mais isso.

O cigano está a desaparecer aos poucos, está a deixar de ser como era. Há coisas que são boas, mas há coisas que…enfim. Está a mudar muito, cada vez mais.”



Qual é a forma do informal?  A resistência exclui, ou preserva, é sobrevivência ou emancipação? Qual é o conhecimento da informalidade? Em que difere do formal e porquê? Quais as emoções da (in)formalidade, que lugares habita no nosso corpo? Qual a potência do informal e que riscos enfrenta? Que mundos podemos criar a partir do encontro entre e o  formal e o informal?

O programa PLAY(THE)GROUND toma a forma de residências multidisciplinares, destinadas a pessoas que procurem espaço, tempo concentrado e conversas estimulantes que possam ajudar a lançar ou a desenvolver um projeto que se envolva em um dos locais diferentes nos arredores de Lisboa. Os candidatos podem decidir trabalhar em qual dos lugares querem trabalhar e durante quanto tempo, durante o Verão de 2024.

Podem candidatar-se artistas, curadores, investigadores, coletivos ou qualquer pessoa de um meio diferente (não necessitam de ser da área artística) que esteja interessada em trabalhar em colaboração, desenvolver práticas socialmente implicadas, investigar temas urbanos/culturais específicos ou desenvolver práticas experimentais com apoio curatorial e uma apresentação pública. Esta residência oferece um espaço de estúdio num ambiente urbano específico, permitindo aos participantes a independência e a liberdade necessárias para o desenvolvimento de um projeto de baixo para cima.

Para a residência de verão, encorajamos vivamente os candidatos que queiram colaborar com a população mais jovem do bairro, embora outras práticas situadas também sejam bem-vindas. Encorajamos candidaturas de pessoas de universos culturais diversos: imigrantes, afrodescendentes, portugueses ciganos, entre outros.

É altamente recomendável falar português se quiseres interagir com a população local, mas teremos tradutores que podem colaborar em momentos específicos.

Os estúdios estão disponíveis de 1 de Junho 2024 a 15 de Setembro 2024. No processo de candidatura, devem indicar os períodos de ocupação dos estúdios. Desta forma, esperamos satisfazer as necessidades dos potenciais residentes com a maior flexibilidade possível.

<< ler as FAQ aqui >>


Os candidatos podem decidir trabalhar em diferentes locais:


—  DESCUBRIR PLAY(THE)GROUND




—  FAQ


Para mais informações
Clique aqui:



PLAY(THE)GROUND:
Lugares de Impermanência


Residência de Verão/Estúdios em Talude e Quinta da Fonte.

organização parceira 
AMRT - Associação para a Mudança e Representação Transcultural
apoio
NOVA-School of Business and Economics
equipa curadoria
Lígia Fernandes | Karina Zelonka | Nicole Sánchez | Ricarda Oldekop
pessoas de contacto
Lígia Fernandes | Ricarda Oldekop



 



No cimo do monte já não há Zimbram
Já secou

(...)

Para ir a Lisboa vendeu sua terra
Pela metade do preço
Lá trabalhando na chuva, no vento
No frio
Na CUF, Lisnave ou J. Pimenta
Explorado
Mão de obra barata por mais que trabalhe
Não passa de servente
Mão de obra barata, barraco sem luz
Comer às pressas
Ainda mais enganado pelo irmão branco
Explorado

Mas no dia que voltar à terra
Muitas cores de malagueta
Hão de me dar água
E força nos braços

Consciência de que trabalhei
O poder de minha terra está em mim
Com zimbram no monte
Meus filhos pelo chão
Meu barco no porto
Nossa terra, ai nossa terra”


“Altu Kutelu”/”Cimo do Monte” Renato Cardoso




Que forças nos levam a afastarmo-nos da nossa terra? Até que ponto podemos fazer alguma coisa contra elas? Partir é um ato de coragem? O que é que aprendemos pelo caminho, o que é que criamos e o que é que trazemos connosco? Até onde vai esta viagem?  A que terra chamamos nossa? Onde é casa para onde regressar? Quando é que a impermanência se torna permanência?

Este verão, convidamos artistas, curadores, colectivos e investigadores a passarem algum tempo em lugares de impermanência. Estes lugares contam histórias: alguns foram criados por aqueles que chegaram, como espelhos da terra de partida, outros são impostos, moldados pelo progresso urbano, forçando transições ao longo do caminho. Alguns acolhem pessoas de uma única origem, outros agregam pessoas de muitas. Funcionam como lugares de reflexão sobre as nossas próprias histórias, sobre o que sentimos no corpo, o cansaço, a saudade e a esperança. Para as gerações vindouras, são também lugares de re-imaginação, para os quais somos convidados a entrar.

O colectivo Mais uno+1 convida-te a candidatares-te a duas residências este verão. O programa destina-se a pessoas que procuram espaço, tempo concentrado e conversas estimulantes que possam ajudar a lançar ou a desenvolver um projeto que se envolva em dois locais diferentes nos arredores de Lisboa. Os candidatos podem decidir trabalhar num ou em dois locais:


  • Local um: Quinta da Fonte - É um bairro social que agrega pessoas que foram deslocadas de outros bairros da cidade, de diferentes origens, como portugueses, comunidades ciganas e várias populações africanas e afro-descendentes.



Fotografia: Nicole Sánchez

  • Local dois: Bairro do Talude - É um bairro de construção própria, maioritariamente composto por famílias originárias de Cabo Verde. Tem muito pouco comércio, um restaurante, um bar, uma "destilaria" e muitas hortas criadas pelos habitantes. Trata-se de um território impermanente, que está planeado para ser demolido no futuro para fins de reordenamento urbano.


Fotografia: Nicole Sánchez

— artistas residentes


Alberto Maria Gatti (IT)
Alberto Maria Gatti (1992) é compositor, designer de som e designer de música computorizada. Frequentou cursos de música eletrónica no Conservatório de Florença e o Master AReMus no Conservatório de Roma sobre a prática da investigação artística em música. Posteriormente, frequentou workshops e seminários de composição e direção de som. Como compositor, participou em vários festivais e eventos de música contemporânea, incluindo: Ircam, Tempo Reale, Museo del Novecento, Fabbrica Europa, Inner Spaces, Palazzo Vecchio, Salone del Mobile di Milano, SIMC, Festival Pontino, Instituto Italiano de Cultura em Bruxelas, Teatro del Giglio, Teatro Cantiere Florida, Spam/Aldes, Museo Pecci, Festival Chaufuonna e outros.



Elena Aya Bundurakis (GR/JPN)Elena Aya Bundurakis é uma fotógrafa greco-japonesa nascida na ilha de Creta. Utiliza a sua câmara como um dispositivo tátil e não como uma ferramenta tecnológica. O seu trabalho centra-se na sensação de ser um organismo vivo nesta era que se situa entre o primitivo, o moderno e o pós-mundo natural. Utiliza-se a si própria como um espécime da experiência humana. As imagens colidem e dividem-se consoante a situação. Desenhos, vídeo e haikus são incorporados. Bundurakis trabalha atualmente entre Creta e Corfu, onde co-fundou REON (um espaço para o barro). Licenciou-se summa cum laude na Academia Real de Belas Artes de Antuérpia, com um mestrado em Artes Visuais e Fotografia, e tem um bacharelato em Tecnologia de Artes Gráficas do Instituto de Educação Tecnológica de Atenas. O seu trabalho foi nomeado para vários prémios de fotografia de prestígio e foi exposto em vários locais, como a galeria Metronom (IT), Fotomuseum Antwerp (BE), Marres Maastricht (NL), Fotomuseum Winterthur (CH), Noorderlicht Festival (NL), Athens Photo Festival (GR), etc.




Emma Gonsales Moro (RU)
O meu nome é Emma Gonsales Moro, tenho 22 anos e sou de Moscovo. Licenciei-me na Faculdade de Cinema de Moscovo, na Faculdade de Arte e Animação. Mudei-me para Lisboa e comecei a minha vida do zero pouco depois do início da guerra. Há vários temas que me despertam mais interesse do que outros quando se trata de desenhar. Pequenos pormenores significam o mundo para mim, posso começar a desenhar a paisagem de uma cidade inteira apenas por causa de uma pequena mas muito atraente lanterna no fundo. Janelas, espelhos, ecrãs, buracos, reflexos, tudo o que possa parecer um portal para algum lugar dentro do desenho atrai-me. Variedade de texturas e formas. Rostos focados, posições corporais estranhas, mãos. Normalmente desenho a partir da vida, mas não tenho o objetivo de repetir a realidade tal como ela é, acaba sempre por ser mais colorida e simples, mas gosto disso. Eu diria que o estilo mais próximo da minha arte é o primitivismo. É uma idealização estética e uma simplificação da realidade. De facto, por vezes, as pessoas dizem-me que as minhas obras parecem um pouco infantis, mas eu aceito isso como um elogio, porque, em parte, é essa a minha intenção: recordar e exprimir como o mundo era para mim quando eu era apenas uma criança, sem conhecimentos sobre perspetiva, regras de composição e todas essas leis do universo, quando a minha perceção era pura. Claro que isso não significa que não utilize estes conhecimentos nos meus desenhos, estou a tentar unir as minhas capacidades de desenho e esta forma infantil de ver o mundo e fazer algo de belo com isso.



Lorenzo Ballerini (IT)

Compositor, artista sonoro e dos novos meios de comunicação social, principalmente centrado na eletrónica ao vivo e em instalações multimédia. Nasceu em Florença em 1990. Licenciou-se em Música e Novas Tecnologias no Conservatório Luigi Cherubini de Florença e fez um mestrado de segundo nível AReMus (Artistich Research in Music) no Conservatório Santa Cecilia de Roma. A sua estética centra-se na exploração do significado político e social do ser humano em relação à obra de arte e à sociedade atual. Participou como compositor e intérprete em festivais como a Bienal de Berlim, Bright Festival, Diffrazioni Festival, Fabbrica Europa, MEFF, SMC2018, SMC2019, Tempo Reale Festival. Colaborou com artistas como Alvise Vidolin, Christine Meisner, Michele Marasco, Nicola Sani, Paolo Parisi, Roberto Fabbriciani, Tiziano Manca.



Marianne Delaforge (FR)

Sou uma artista visual autodidata e autora de banda desenhada. Estudei jornalismo cultural na Bélgica e aproximei-me às belas-artes quando fiz um curso em Budapeste em 2014, apesar de não ter continuado por esse caminho depois. Foi apenas em 2019 que regressei ao desenho, inspirada sobretudo pela natureza e pela animalidade que se interliga com a humanidade. Desde então, participei em várias exposições colectivas, como 12x12 e "Pequenos formatos" e em vários concursos de BD como as 24 horas de BD em Lisboa ou os concursos anuais das edições de Odemira ou Kus. Comecei também a ser musicalmente ativa em 2018 quando integrei o coro feminino Fio á meada, um projeto que continua a atuar em Lisboa e noutros pontos do país até hoje. Co-fundei o Lisbon Drawing Club em 2021 e participei no desenvolvimento das sessões no Queer Art Lab, que promovem o corpo trans e não binário na arte. Gosto de colectivos e grupos na arte e da forma como alimentam a minha própria prática, graças a todos esses projectos, a arte tornou-se uma aventura muito social para mim.



Marie Jiménez (DOM)

Marie trabalha com o seu contexto imediato. O seu trabalho é definido pela intersecção da pintura, do cinema, do som e da instalação. Neste contexto interdisciplinar, e com o interesse de iniciar um diálogo que incite à mudança social, trabalham com temas relacionados com a identidade e a sua perceção fora da norma. É desta forma, partilhando a sua experiência pessoal, que o íntimo se torna uma ferramenta para o político. Marie está atualmente inscrita no programa de pós-graduação em desenvolvimento cinematográfico na ESTC em Lisboa. Participaram em inúmeras exposições colectivas de arte em Nova Iorque, onde obtiveram o seu bacharelato na Parsons The New School. Participaram também em exposições colectivas em museus e outras instituições culturais no seu país de origem, a República Dominicana, e noutras instituições na América e na Europa.


descobrir o seu projeto





Muro Atelier (PT): Joana Tomas / Vincent Rault

Coletivo criado por arquitectos, o Muro Atelier procura desafiar o conceito de efemeridade através de uma prática participativa centralizada na reutilização de materiais e na revitalização de espaços públicos ou desocupados. Através da sua pesquisa e instalações, esta iniciativa pretende remodelar a nossa perceção das dinâmicas da cidade, avançando para um sistema mais circular e sustentável, ao mesmo tempo que capacita os participantes urbanos a compreender e aproveitar os potenciais recursos disponíveis. O termo "Muro" resume a essência fundamental da arquitetura, explorando noções de materialidade, limite e escala. O muro encarna inúmeras metáforas no imaginário coletivo: uma barreira intransponível, mas também uma porta para a liberdade. Enraizadas no seu contexto físico, cultural e histórico, as instalações concebidas pelo coletivo narram e desvendam os espaços que habitam, colocando os visitantes no centro das suas experiências.




Rita Leitão (PT)

Rita Leitão nasceu em Lisboa em 1998. Licenciou-se na Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa em Pintura marcando o seu percurso por Bilbau. Desde então, participou em várias exposições colectivas, destacando-se "Elogio da Matéria", SNBA Lisboa (janeiro 2019); "Jantar de Família", Museu da Cerâmica, Sacavém (novembro 2020) e "Coletivo Casa Rosário", Cascais (maio 2021). Em agosto de 2021, inaugurou a sua primeira exposição individual, "Bem-Vindo a Casa", no CAT, em Tavira, e em outubro de 2021 foi artista residente no Museu Bordalo Pinheiro. Atualmente, Rita está a estabelecer a sua prática no atelier coletivo Beliche, em Xabregas. Formadora, entusiasta do mercado, ilustradora, performer e artista plástica, Rita desenvolve a sua prática numa relação profunda entre a Arte e a Vida.



Zala Pori (SI)

Zala Pori é uma artista visual da Eslovénia, a viver em Cascais, Lisboa. Depois de terminar a sua licenciatura na Academia de Belas Artes e Design de Ljubljana no departamento de pintura, decidiu dar um salto para o estrangeiro com o mesmo departamento no seu mestrado. Em 2016/17 passou 2 semestres na Faculdade de Belas Artes do Porto, Portugal. Após a conclusão do curso no seu país, decidiu fazer uma pausa nas artes e embarcou na recolha de diferentes experiências de vida, desempenhando diferentes papéis profissionais. Em 2021, regressou a Portugal, e o desejo de voltar ao campo das artes reacendeu-se. Na sua busca pela liberdade de expressão, explora o jogo entre elementos figurativos e não-representativos ao longo do processo criativo. Os contrastes, a procura do equilíbrio entre as cores complementares, o claro e o escuro, o orgânico e o geométrico, também são tidos em conta durante o processo. A abstração da linguagem artística cria imagens que abrem a porta à imaginação e à fantasia.

— descobrir Play(the)ground




— galeria de fotos

Ephímero: A tag to exist. (Talude)

um projeto de Marie Jiménez



Fotografias: Sofia Marcos


Projetos satélite






 


aRTISTAS aNÓNIMOS


aRTISTAS aNÓNIMOS é uma comunidade de pessoas que partilham entre si a sua experiência, força e esperança para resolverem o seu problema comum e ajudarem outros a continuarem a fazer arte de forma motivada, saudável e sustentada. O único requisito para ser membro é o desejo de continuar a fazer arte.

duração do projeto
2021 > em curso
local do projeto/parceiros logísticos
Gothe-Institut (Lisboa) | Espaço Q QuadrasSoltas (Porto)
parceiros de comunicação e imagem
Inês Gil Silva (Sounds Like a Plan Photography) | Filipa Leite Rosa (Framers Studio) | Marco Teixeira (Tripé) | Gonçalo Nuno Souza (Souza Filmes)

apoios
Cerveja Barona
Curious Monkey (Lisboa) | Bempostinha 22 (Lisboa)
O desenvolvimento de uma carreira nas artes é um dos desafios mais difíceis de estruturar e descrever. Pelas características desta área profissional, o trabalhador das artes encontra-se dividido entre dois mundos e formas de pensamento. Por um lado, desenvolve métodos de trabalho ligados a uma profissão liberal, flexível, de resposta aberta, de criação livre, com inovação; por outro deve enquadrar a sua prática de trabalho num sistema com instituições, bolsas, ofertas de emprego e mercado da arte. Desta forma, o trabalhador da arte é simultaneamente investigador, educador, criador, empresário, programador, trabalhador independente e por conta de outrem.

Adicionalmente, os eventos ocorridos durante 2020 e 2021 fragilizaram ainda mais o sector cultural. No entanto em paralelo foram surgindo associações, grupos de discussão e novas práticas, com o intuito de dar resposta às dificuldades encontradas. A prática artística pode ser um lugar solitário. Por esse motivo um vez por mês unimos-nos num grupo de apoio mútuo, em particular focado na prática de artes visuais.

—  destinatários
Trabalhadores artísticos: artistas plásticos (cerâmica, desenho, pintura, escultura, gravura, design, artesanato, fotografia, vídeo), educadores, curadores ou programadores, de preferência com uma prática localizada parcial ou totalmente na cidade de Lisboa ou Porto.

—  equipa




Nicole Sánchez
fotografa, artista visual
LISBON / PORTO


Lígia Fernandes
artista visual
LISBON



Matilde Fernandes
estudiante
PORTO



Beatriz Silva
  estudiante
PORTO






Fotografia: Filipa Leite Rosa (Framers Studio) e Espaço Q QuadraSoltas


Fotografia: Inês Gil Silva (Sounds Like a Plan Photography)


 

lisbon drawing club


O Lisbon Drawing Club é uma comunidade de amantes do desenho de modelo vivo que se encontram regularmente para desenhar e conviver.

—  duração do projeto
    2021 > em curso

—  local do projeto/parceiros logísticos
    Safra
    Galeria Monumental
    LARGO Residências
    Curious Monkey
    Queer Art Lab/Trumps
    Goethe-Institut
    Hospital Psiquiátrico de Lisboa
    NOVA - school of business economics
    Hindu Temple
    Ávila Spaces
    Safra
    Oriq
    Dual
    Atilier Artéria
    Útero
    Praça
    Casa Regional Castro de Aire
    MUSEX
    Centro de Dia Nossa Sª dos Anjos
    PLA’arte artists studios
    Palácio Baldaya
    Museu do Aljube e Resistência
    NOVA SBE
  


—  parceiros de comunicação e imagem
    Nicole Sánchez - NIMAGENS


—  apoios
    VIARCO

Com base nos princípios de Comunidade, Inclusão, Prática e Diversão, organizamos desde Maio de 2021 encontros semanais em diferentes locais culturais/sociais de Lisboa. Acreditamos que desenhar juntos é uma óptima forma de nos conhecermos melhor e também de conhecer o outro. O desenho pode ser um veículo de emancipação, de pertença e de sensibilização.

O Lisbon Drawing Club interessa-se por trabalhar com uma diversidade de modelos que espelhem a riqueza do nosso património social e estimulem uma prática de empatia, trabalhando com uma pluralidade de corpos, gestos e identidades representados por modelos profissionais, artistas, grupos folclóricos, migrantes, séniores, habitantes de diferentes bairros, etc. Uma vez por mês, são dedicadas sessões a modelos trans e não-binários em cooperação com o Queer Art Lab. São também organizadas mensalmente aulas de desenho (Masterclasses) com artistas convidados.


—  destinatários
O Lisbon Drawing Club já colaborou com mais de 25 espaços culturais e sociais, tais como SAFRA, Galeria Monumental, Curious Monkey, Queer Art Lab/Trumps, Casa de Castro Daire, Musex, P.R.A.Ç.A, Goethe-Institut, Dual, Hospital Psiquiátrico de Lisboa, Centro de Dia de N. Sra dos Anjos, AMRT Transcultural, Dual Lisboa, Viarco, Quinta das Relvas, Museu do Aljube e Resistência, NOVA SBE, entre outros.

—  equipa




Marianne 
Maine (FR)


Nicole Sánchez

(PT)


Lígia Fernandes 
(PT)


Susanne Malorny 
(DE)


Rita Oliveira Dias

(PT)





Rita Bourbon

(PT)


Ricardo Pinto

(PT)


Neide

(PT)


Joana Leal

(PT)




Fotografia:Nicole Sánchez

Podcast em conversa




In episode 5 we are talking with Diana Ferro about her artistic residency in the territory of Trafaria and 2.º Torrão. When she would describe the topic of the residency in two words it would be Confianca e Medo - trust and fear in the city. We talk about feeling comfortable and finding the boundaries between artistic practices and life, about movement and finding places of exchange.


In episode 4 we are talking with Sarah, an artist and photographer based in Lisbon. She was the first artist coming to the neighborhood of Trafaria but more precisely in Cova de Vapor and Segundo Torrao. We will hear about her special method to connect to the local residents through her dog Fred and all the fun she had building sand castles and creating water sculptures with the kids of the neighbourhood.


In this episode we are talking with Alexandra, an artist with a background in UX design, about her experiences in the neighborhood of Talude. We talk about identity and ownership, about preserving cultural heritage in a digital format and the challenges as well as the beauty of working with children. We had the interview with her right before she went back to the Netherlands, and it was a reflection of her time in the neighborhood and a starting point of processing her research for a digital archive for Talude.


We are talking with Michele who was resident in Zambujal (Alfragide) about the political realm of infrastructure, how architecture imposes itself on its inhabitants and how it can be re-appropriated. He spent 3 weeks living and working in the neighborhood, connected to the inhabitants and explored the space through photography, maps and conversations.

In this episode you can listen to his experience in Zambujal and how he perceived the neighborhood through the lens of an architect and photographer.



Riikka was the first resident of this year in Quinta da Fonte, where her project aimed to empower the children and youth of the community to discover their inner artists—often without even realising it. She initiated a storytelling project, introducing storytelling as a powerful medium for self-expression. These stories served as a foundation, evolving into diverse forms of artistic creation.


Na última sessão da primeira série EM CONVERSA estivemos à conversa com o coletivo Left Hand Rotation. “Uma viragem no sentido oposto que pode acontecer a qualquer momento, um parafuso que tem de ser apertado exatamente ao contrário do que se espera”. e conversou com elementos do coletivo sobre a sua prática, o uso do espaço público e a relação entre arte e ativismo. "Um giro na direção contrária que pode produzir em qualquer momento, um torniquete que há que apretar exatamente ao contrário do esperado."


> EM INGLÊS <

Nicole Sánchez e Ricarda Oldekop do mais uno +1 puderam conversar com Emanuele Braga e Marco Baravalle do Instituto de Imaginação Radical sobre o seu trabalho. O Instituto da Imaginação Radical é uma rede de curadores, activistas, académicos e produtores culturais com um interesse comum em co-produzir investigação, conhecimento, investigação-intervenção artística e política, visando a implementação de formas de vida pós-capitalistas. Em 2022, publicaram o livro 'Art for UBI (manifesto)', no qual reivindicam a importância do Rendimento Básico Universal como medida não só para contrariar as estruturas exploradoras e discriminatórias no sistema artístico, mas também para abrir novas perspectivas subjectivas. ao individualismo empresarial dominante. No dia 29 de junho de 2023, Emanuele Braga e Marco Baravalle foram convidados a apresentar o manifesto em formato de conferência no Teatro do Bairro Alto, em Lisboa. Depois de participarmos na conferência, tivemos a oportunidade de falar com eles mais detalhadamente sobre as visões do seu activismo. Questões que nos preocuparam: Como organizam o trabalho na vossa rede? Qual o objetivo da publicação ‘Art for UBI (manifesto)’? Onde reside o potencial da resistência (artística) activista contra as lógicas capitalistas neoliberais e como pode a ocupação do espaço ajudar as lutas activistas? Sobre os entrevistados: Emanuele Braga é teórico, ativista e artista em Milão. A sua investigação centra-se em modelos de produção cultural, processos de transformação social, economia política, direitos laborais e instituição dos bens comuns. Marco Baravalle é investigador e curador radicado em Veneza. Os seus campos de investigação incluem a relação entre arte, teatro e activismo, trabalho criativo, gentrificação e o posicionamento da arte na economia neoliberal. Ambos são membros fundadores da rede e coeditores da publicação ‘Art for UBI (manifesto)’ (2022).

Temas em discussão: comunhão baseada na arte, arte e ativismo, projetos colaborativos, coletivos de arte, espaços ocupados




> EM INGLÊS <

Em junho voltamos com uma nova sessão EM CONVERSA! Decidimos fazer uma experiência, aproveitando a visita de Janila Castañeda a Lisboa vinda do México, onde passearemos pela cidade durante 4 dias gravando pequenas cápsulas de conversa misturadas com os sons do local para falar de geografia, espaço, movimento, mapas, paisagem e tudo o que acontece entre eles. Janila é escritora e editora independente radicada no México. Desde 2019 que realiza investigação focada na consciência espacial através do som e da arte. É fundadora e editora do, uma iniciativa editorial focada em novas formas de pensar e escrever sobre escultura. Desfrutar!



> EM INGLÊS <

Comemorando o EM CONVERSA #10, publicamos um Episódio Bónus: Mesa Redonda sobre Práticas Curatoriais em Portugal. Este episódio consiste numa gravação de uma mesa redonda conduzida pelos membros do mais uno +1:  Alexia Alexandropoulou, Ligia Fernandes, Inês Nêves e Nicole Sánchez. Em dezembro, a Artpool convidou nosso coletivo para liderar uma mesa redonda como parte do seu Xmas Art Market. O evento de 10 dias incluiu a exposição e venda de edições de arte digital acessíveis num espaço não-white-cube, acompanhado por uma programação pública incluindo palestras, workshops e uma mesa redonda - mediada por nós! Começámos com uma discussão aberta sobre os problemas actuais das práticas curatoriais em Portugal, terminando com alguns exercícios sobre a escrita colectiva de textos curatoriais.

Tópicos em discussão: práticas curatoriais em Portugal, coletividade, NFT’s.


> EM INGLÊS <

No EM CONVERSA #9, Inês Nêves (mais uno +1) e Dorottya Ács (mais uno +1) convidaram Jaime Lobato (MX) para uma discussão sobre práticas transdisciplinares com foco em Arte & Ciência. Aprendemos mais sobre o percurso de Jaime nas áreas da Música, Performance, Artes Plásticas e Bio-tecnologia, assim como o papel que a pedagogia, a participação do público e os “creative commons” assumem na sua prática.

Tópicos em discussão: bio-arte, arte e ciência, pedagogia, “creative commons”, transdisciplinaridade, participação do público, comunicação entre espécies


> EM INGLÊS <

Bem-vindos ao EM CONVERSA #8 com Alexia Alexandropoulou (mais uno +1), Elham Khattab (EG) e Salma Kossemtini (TN). Neste episódio, Alexia Alexandropoulou convidou Elham Khattab do Cairo e Salma Kossemtini da Tunísia para discutir práticas curatoriais no Norte de África. Juntos falaram sobre as condições do cenário da arte contemporânea no Egito e na Tunísia e os desafios que os artistas e curadores desta região enfrentam nos dias hoje.

Tópicos em discussão: práticas curatoriais no Norte de África.


> EM INGLÊS <

No nosso mais recente EM CONVERSA #7, Dorottya Ács (mais uno +1) convidou Sofia Pancada (PT) que integra a equipa de comunicação do Space Festival. Sofia é uma jovem profissional que trabalha na área da comunicação no setor cultural/indústrias criativas. Integrando os processos de produção do Space Festival e do Space Ensemble, esta conversa explora a sua perspetiva desde a gestão de eventos e estratégias de comunicação até à missão da música contemporânea e experimental e a sua ligação aos territórios.

Tópicos em discussão: música experimental e improvisada, descentralização da cultura, práticas situadas, organização de eventos.


> EM INGLÊS <

Na CONVERSA #6, Nicole Sánchez (mais uno +1) convidou Gabriella Riccio, artista multidisciplinar, investigadora e ativista radicada em Nápoles e Madrid. Está envolvida em práticas prefigurativas, como o movimento pelos bens comuns e teatros e espaços culturais autogovernados. A sua participação em projetos coletivos está muito presente ao longo da sua carreira, incluindo o Instituto da Imaginação Radical, L’Asilo, Ex Asilo Filangieri, Napoli. Gabriella é coeditora da publicação “Art for UBI (manifesto): o mundo da arte posiciona-se a favor do rendimento básico universal e incondicional, colocando em primeiro plano as suas condições vantajosas em termos económicos, sociais e ecológicos”. episódio falamos sobre arte e ativismo, a arte como caminho para cenários políticos alternativos, bem como temas como o conhecimento comum como intersecção entre arte, pedagogia e ativismo para uma transição para o pós-capitalismo.

Temas em discussão: “commoning”, arte e ativismo, projetos colaborativos, coletivos de arte, espaços ocupados



> EM INGLÊS <

Para esta CONVERSA #5, Alexia Alexandropoulou (GR) do mais uno +1 convidou Pedro Lagoa (PT) e Sean Negus (US) a falar sobre a prática de artes de arquivo. Nesta conversa ambos partilharam aspetos das suas práticas individuais transdisciplinares que envolvem o Arquivo. Como parte das suas respetivas pesquisas criativas, cada formula novas considerações sobre os arquivos, trazendo radicais novos significados às práticas artísticas contemporâneas. Durante esta conversa, Pedro e Sean explicaram de que modo o Arquivo informa as suas práticas artísticas.

Temas em discussão: arquivos, práticas transdisciplinares, arte contemporânea.


> EM INGLÊS <

Para a CONVERSA #4, Lígia Fernandes (PT) e Inês Nêves (PT) do mais uno +1 reuniram-se com Chiara Sgaramella (IT), uma artista, investigadora, educadora, cujo trabalho explora a interseção entre arte, problemas eco-sociais e práticas colaborativas. Aqui ouvimos sobre os projetos da Chiara, desenvolvidos essencialmente ao longo de vários territórios em Espanha através do Colectivo Viridian, o seu mais recente projeto Agroversitat, assim como as principais conclusões da sua investigação.

Temas em discussão: arte eco-social, práticas colaborativas, pedagogia



Na CONVERSA #3, Manu Ribeiro (BR) — pelo mais uno +1 — convida Fábio Delduque (BR), artista plástico, cenógrafo, produtor cultural e um dos principais fundadores do projeto Arte Serrinha, que realiza e fomenta há mais de 20 anos um conjunto de iniciativas em arte e educação que envolvem livre criação, pesquisa e experimentação, difusão de conteúdos e oferta de experiências que priorizam as relações humanas e a reflexão. É espaço de produção e experimentação artística, de encontros e trocas entre pessoas e a natureza. É também um conceito, um movimento e uma comunidade que compartilha sonhos.

Temas em discussão: arte-natureza, arte-educação, espaços-projeto, festival de arte, curadoria, projetos geridos por artistas.



> EM INGLÊS <

A CONVERSA #2 falou sobre o Vent Space Project: o espaço-projeto gerido por estudantes da Academia de Artes da Estónia (EKA). Todos os anos, a equipa organizadora do Vent Space muda, e com ela transforma-se o programa curatorial e a sua estrutura operacional. Visando explorar como as pessoas podem mudar a identidade de um espaço, convidámos a Hanna-Liisa Lavonen (EE) — membro da primeira equipa fundadora do Vent Space (2018-2019) — e Brit Kikas (EE) — integrante da atual equipa (2022-2023) — para uma retrospetiva coletiva com Inês Nêves (PT) — membro da segunda equipa (2019-2020) e do mais uno +1 — sobre o que tem sido e significado este espaço para a sua comunidade local, e especular o seu futuro e enquadramento global.

Temas em discussão: projetos geridos por artistas, espaços-projeto, galerias de estudantes.



A CONVERSA #1 abordou a UNIDEE, um programa de educação independente e residências artísticas dedicado à arte e à mudança social, desde 1999. Decorrente da participação da Lígia Fernandes (PT) e da Nicole Sánchez (PT) — membros do mais uno +1 — no programa, conversámos sobre as suas experiências e aprendizagens.

Temas em discussão: Arte e Sociedade, Práticas Situadas, Arte socialmente implicada.

Play(The Under)ground


MaisUno +1 lança o projeto Play(The Under)ground, que proporciona um espaço de criação a todos os que queiram mostrar a sua arte num espaço de contacto direto com o público da cidade.
duração do projeto
2024 - em curso
sítio do projeto
Metro Picoas
parceiros
METROCOM | ASTRATEC | LIZ MELCHOR (Curious Monkey)
curadoria
Aino Garcia Vainio | Eugenia Bianchess | Ioanna Kaloudioti | Joyce Ward | Kalle Hübel | Karina Zelonka | Léa Heude | Sophia Niederkofler
artistas
Mais Uno +1 | Malibu Ninjas | Argelia Bravo | Max Provenzano | Sandra Viva | Juan Carlos Urrutia | Eliseo Solís Mor | Muu Blanco Carlo | Salazar-Lermont | Ignacio Pérez Pére | Macjob Parabavis | Dixon Calvetti | Flix | Ana Andrè | Greg Hannan | Aurelie D’incau

Temos o prazer de anunciar a abertura oficial de um dos nossos espaços culturais na Estação de Metro de Picoas, possível graças à parceria com a METROCOM.

Esta iniciativa foi possível graças a uma parceria com a METROCOM e ao patrocínio de LIZ MELCHIOR (CURIOUS MONKEY) & ASTRATEC. A partir de abril, em conjunto com artistas de diferentes áreas, vamos preencher o espaço do projeto com um leque diversificado de projectos, ideias, workshops, exposições, performances e muito mais!

O objetivo do espaço do projeto é trazer a arte para o underground, de forma a explorar as dinâmicas e desafios únicos de trabalhar em espaços não convencionais como as estações de metro.

Gostaria de apresentar uma exposição, uma feira de arte, um workshop, uma performance ou uma ideia criativa que acha que deve ser partilhada com o mundo? PLAY (THE UNDER) GROUND - OPEN CALL - POP UP CULTURAL SPACE - PICOAS continua a receber candidaturas e aguarda que as suas ideias criativas ganhem vida ao longo dos meses de ABRIL, MAIO e JUNHO de 2024.

Esta é uma convocatória aberta e os projectos serão seleccionados de acordo com a disponibilidade do espaço e a relevância da proposta. As candidaturas podem ser individuais ou colectivas.
Para mais informações e para apresentar a sua candidatura CLIQUE AQUI



— eventos


MALIBU NINJA
"Bazar Bizarro"



Os Malibu Ninjas são um grupo de artistas multidisciplinares de Lisboa. O coletivo foi criado em 2017 com o objetivo de aplicar a arte dos Ninjas a vários tipos de media. O seu fascínio pela cultura pop, psicadelismo e surrealismo desdobra-se no universo Malibu sob a forma de sátiras a questões e conflitos, pessoais e colectivos, com que somos confrontados diariamente como indivíduos e como sociedade. Num tom humorístico, os Ninjas invocam no seu trabalho uma celebração da vida e um desafio à condição humana, com a intenção de desmaterializar as nossas concepções das formas e seres mundanos.


     

Fotografia: Nicole Sánchez




"Bem te vi"



Ana André LusoBrasileira nasceu em Lisboa, emigrou para o Brasil com 16 anos onde reside desde 1975. Artista multimídia, cuja obra é um diálogo que revela (des) Conexões entre Naturezae Urbano, formada em Arquitetura na USP em 1983. A trajetória comoArtista Plástica começou em 1984, e desde então vem exibindo suas obras emdiversas exposições, conquistando vários prêmios.

  

A partir de "Encontros Poéticos" Casa das Rosas, 2005 Assemblage / Poesia, incorpora a poesia e a palavra nas produçõesplásticas. A obra é um diálogo que revela (des) Conexões entre Natureza e Urbano , 2024 participa da Exposição “Linhasque tecem Poéticas Paisagens” na UMAPAZ, São Paulo. Inspirando-se na experiência diária de caminhar, estar no mundo e ser consciente de sua existência. Essa sensibilidade se manifesta em suas obras nas relações entre a linha, o corpo, a natureza, a luz e a sombra.


   
Photos by: Nicole Sánchez




Bojagui in Portugal
“Window to Colors”


Tivemos o prazer de receber o grupo Bonjagui em Portugal com a sua exposição Window to Colors no nosso Espaço Projeto na Estação de Metro de Picoas.
Window to Colors foi a exposição do 10º aniversário do grupo.

Em Setembro de 2014, surge o grupo de Bojagui que desde então, tem-se dedicado ao estudo da costura e patchwork tradicional coreana. Como celebração do 10ºAniversário do grupo, decidimos realizar uma pequena exposição com trabalhos criados especialmente para a celebração da ocasião, com a técnica ‘Chilbo’, um padrão tradicional coreano muito usado em Jogakbo Bojagui.

Através deste padrão, explorámos a possibilidade de modernizar as nossas obras, respeitando sempre a tradição. A todos fica o convite, para virem celebrar connosco e descobrir a arte do Bojagui!
Bojagui é uma peça de tecido normalmente utilizado para embrulhar, guardar e/ou transportar artigos de uso diário ou cerimónia, feito com o que sobrava da confecção de roupas. Jogakbo Bojagui é o que podem esperar ver nesta exposição, um patchwork tradicional coreano cheio de cor e elegância.









GREG HANNAN
Figures in flux


Greg Hannan é um pintor britânico. O seu trabalho gira em torno da figura humana com elementos de surrealismo e abstração, alimentando explorações que regressam a esse tema com novas descobertas. Trabalha principalmente com tinta acrílica, misturando outros meios, muitas vezes estimulado pelo desejo irreprimível de desenhar com algo que se assemelhe a um pau.

Cresceu em Inglaterra, na costa de Kentish, em Folkestone, e viveu uma década em Londres, onde estudou em Camberwell, mas desistiu a meio do caminho. Atualmente vive em Lisboa, onde a costa por vezes o faz lembrar de casa.







Ministry of Strange Affairs x MAISUNO +1 - Berry the sun

—  duração do projeto
01.06.2024 - 07.06.2024
—  curadores
Aurelie D’incau | Eugenia Bianchess | Ioanna Kaloudioti | Kalle Hübe | Léa Heudes | Sophia Niederkofler
As agências de viagens vendem experiências em lugares bonitos. Vendem sol e areia, belas paisagens, comida local e felicidade. Fazem parecer que a experiência é fácil, económica e inesquecível. Na Berry the sun, também vendemos areia e sol, mas tudo está um pouco errado, ou melhor, do avesso, as viagens são extremamente baratas, as visitas guiadas não são muito factuais e as memórias inesquecíveis que tentamos criar estão em lugares muito, muito, muito escondidos. Na verdade, a experiência de viagem que estamos a vender é a mais escondida, nem mesmo o sol, o nosso eterno guia para a felicidade, consegue alcançá-la: no metro.
O metro é um espaço público, um lugar neutro, um não espaço e um lugar de transição. É um dos raros espaços onde partilhamos brevemente o nosso espaço de vida com todos os tipos de estratos sociais, origens e interesses. A razão para isto é que, na sua essência, o metro nunca é o nosso destino, é a atividade mais mundana que se pode fazer e, no entanto, tem uma estética performativa democrática própria. É o símbolo do movimento e da interconexão.
Por isso, em Berry the sun, usamos o humor para distorcer o significado do destino de viagem e propomos ao público, como antítese do turismo, que experiencie o metro e a viagem nele contida como a mais única de todas as experiências de viagem.
   

Photos by: Nicole Sánchez

Durante a semana, a Agência ofereceu diferentes serviços, como visitas guiadas, experiências e venda de gadgets muito peculiares. As visitas guiadas oferecidas foram:

Sunsetive Tour:
“Nesta visita guiada, levamos o sol de Berry a sítios que ele nunca viu.
Junte-se a nós para conhecer o metro sob uma nova luz e desperte (todos) os seus sentidos enquanto vamos para o subsolo!”




Tracing a way:
“As linhas rectas do metro começam a curvar-se à medida que traçamos o nosso caminho através dos túneis debaixo de Lisboa. Nesta visita guiada, vamos mapear o metro com técnicas experimentais de desenho.”
Costumers could also join various experiences, such as:

Follow the sun:
“Todos nós somos atraídos pelo sol - por isso, persegue-o! Um jogo simples em que se segue todos os sóis (metafóricos) ao longo do metro.
Venha receber as suas instruções no nosso gabinete em Picoas.”

Commute for a day:
“Quer uma experiência verdadeiramente autêntica em Lisboa?
Permitimos-lhe acompanhar alguém no seu trajeto diário para o trabalho.
Descubra o que significa viver na cidade e procure a emoção no mundano.”
O projeto destina-se a ser desenvolvido no futuro com diferentes eventos e surpresas.
Mal podemos esperar para descobrir onde Berry nos levará!

 SIGA @BERRYTHESUN__ NO INSTAGRAM PARA SE MANTER ACTUALIZADO!

MaisUno +1
“Poetas de passagem”

Parte 1

De 6 a 19 de abril de 2024, embarcámos numa viagem criativa, recolhendo poemas, pensamentos e textos das pessoas que passavam pelo nosso espaço na estação de metro. Convidámo-las a expressarem-se escrevendo em post-its ou contribuindo para o grande papel exposto na nossa parede.
No último dia do projeto, organizámos um slam de poesia inspirador, com a participação de muitos escritores talentosos que cativaram o público com os seus poemas.

Com base no sucesso e entusiasmo gerados por esta iniciativa, decidimos continuar o nosso projeto com uma exposição. De 18 a 20 de maio, o poema coletivo criado a partir das contribuições que recebemos será exposto juntamente com os trabalhos apresentados no evento de poetry slam.

Para além disso, a nossa missão de infundir a cidade com a magia da poesia, tornar-se-á uma realidade graças à divulgação dos poemas expostos pela cidade de Lisboa.
           


Fotografia: Nicole Sánchez



“Poetas de passagem” - a exposição


Parte 2
Após o evento, os poemas recolhidos foram expostos no espaço do metro de Picoas, onde as pessoas os puderam ler.
Os vários poemas foram também espalhados pela cidade. Um mapa levava os visitantes da exposição a descobrir que canto da cidade poderia ter um poema para eles!


Fotografia: Nicole Sánchez

Vitrine


Over 6 weeks we developed different installations in an empty shop at Picoas Metrostation. The shop was used in the spring for different artistic projects and opened the doors to the public and passerbys. Due to the uncertainty of a prolonged contract Maisuno+1 collective decided to close the space for the public. But still using the space as a site for creative exploration and ephemeral displays.
—  duração do projeto
30.07.2024 - 13.09.2024
—  curadores
Aino Garcia Vainio | Joyce Ward | Sophia Niederkofler 


This vitrine sees displayed a series of half-objects or broken entities that stand individually in the room but also, depending on the stand point of the observer, in relation with one another. On the right side of the vitrine hangs an anthropomorphic carton-marionette figure, partly covered by shiny black matter, which stands in contrast with the white metro ghost almost at the same hight on the left side. Moreover groups of objects stand in the room, with broken skateboards with a piece of street, oddly positioned broken vintage children’s toys, destroyed floppy discs and a light play hanging, made with a collage of the inside of the floppy discs (by Aino Garcia Vainio). On the back right corner there is the Afromerica globe by MoMO gallery that interacts with the background shaped by irregular stripes (by Joyce Ward and Sophia Nieder…). On the one hand a long black shiny stripe that makes a whole round in the room, and on the other hand with segments of colourful wrap paper, partly featuring Popota. On the “display surface” three objects lay equidistant from each other: a vase with brushed made by Clem, a head of a dog with a blonde wig and a muffin.

This vitrine aims at challenging the perception transmitted by a showcase in the context of both the “museum effect” as well as the consumption culture. The physical distance imposed by the materiality of the glas transmits the conception of being showed something valuable. The observer is challenged by the habit of perceiving something precious when actually confronted with half-objects, broken entities and chaos. Moreover the isolation of an object while reinforcing its value also pushes the observer to admire its aesthetic quality. In this context, when watching the #1 vitrine, while objects can be standing as individual groups, depending on the stand point, they will always also stand in relation to one or more groups of objects. This way not only it is impossible to admire singular objects or groups as isolated entities, but the crossing of them is out of the control of the observer. This vitrine is placed in a metro station: people watch it by walking. There is therefore an almost instant new constellation of the display by every step the observer takes, while going where they are headed. Both of these distorted perceptions culminate on the “display surface” where the observer is challenged by non-valuable, silly and senseless self-standing objects.

The framework for this project was both a challenge and a guiding principle: to create engaging installations with no additional costs, minimal waste, and maximum ingenuity. Each week, we developed a new idea collaboratively, coming together on the day to brainstorm and transform the “vitrine” with different installations. The vitrine, traditionally associated with the presentation of valuable or fragile objects in museums and retail environments, has long been a symbol of preservation and curation. In its essence, the vitrine frames objects within a transparent barrier, creating a space where viewers engage with what is displayed while remaining physically separate. This separation invites contemplation, imbuing everyday or found objects with an aura of significance. By isolating items in a controlled environment, the vitrine recontextualizes them, transforming the mundane into the extraordinary.

For the installations and displays we utilized materials from our storage, objects found on the streets, and items lent to us by friends, we prioritized sustainability and emphasized the reuse of discarded or forgotten materials. Our process was inherently collaborative, relying on the synergy of collective effort and hands-on experimentation. The result was a series of dynamic, ever-changing installations that evolved weekly. By stepping away from traditional exhibition models, we aimed to reimagine the role of a space in transition and the transformative potential of shared creativity.

Here you can have a look at the 5 different topics and see photos and read the artistic statements:


#1 DISPLAY SURFACE

This vitrine displays a series of half-objects or broken entities that stand individually in the room but also, depending on the standpoint of the observer, in relation with one another. On the right side of the vitrine hangs an anthropomorphic cartoon-marionette figure, partly covered by shiny black matter, which stands in contrast with the white metro ghost almost at the same height on the left side. Moreover groups of objects stand in the room, with broken skateboards with a piece of street, oddly positioned broken vintage children’s toys, destroyed floppy discs and a light play hanging, made with a collage of the inside of the floppy discs (by Aino Garcia Vainio). On the back right corner there is the Afromerica globe by MoMO gallery that interacts with the background shaped by irregular stripes (by Joyce Ward and Sophia Niederkofler). On the one hand a long black shiny stripe that makes a whole round in the room, and on the other hand with segments of colourful wrap paper, partly featuring Popota. On the “display surface” three objects lay equidistant from each other: a vase with brushes made by Clem, a head of a dog with a blonde wig and a muffin.

This vitrine aims at challenging the perception transmitted by a showcase in the context of both the “museum effect” as well as the consumption culture. The physical distance imposed by the materiality of the glass transmits the conception of being shown something valuable. The observer is challenged by the habit of perceiving something precious when actually confronted with half-objects, broken entities and chaos. Moreover the isolation of an object while reinforcing its value also pushes the observer to admire its aesthetic quality. In this context, when watching the #1 vitrine, while objects can be standing as individual groups, depending on the standpoint, they will always also stand in relation to one or more groups of objects. This way not only is it impossible to admire singular objects or groups as isolated entities, but the crossing of them is out of the control of the observer. This vitrine is placed in a metro station: people watch it by walking. There is therefore an almost instant new constellation of the display by every step the observer takes, while going where they are headed. Both of these distorted perceptions culminate on the “display surface” where the observer is challenged by non-valuable, silly and senseless self-standing objects.

Artists: Joyce Ward, Sophia Niederkofler, Aino Garcia Vainio, MoMO Gallery, Clem
Curators: Joyce Ward, Sophia Niederkofler, Aino Garcia Vainio
Text: Aino Garcia Vainio


#2 SHADOW BORDERS


The #2 vitrine sees a spatial dialogue between shadows, floating entities and a long closed line on the floor, all of these entities being white. Perhaps the first element the viewer is confronted with, are the shadows of hands projected on a white background on the wall. Indeed, in order to see the rest of the composition, it is necessary to come closer to the vitrine, since the floating bubbles that look almost like clouds and the border-line are (almost) laying on the ground.



This vitrine aims at confronting the notions of reality, realism and borders. The shadows of the hands on the wall are projections of objects defined by a distorted shape. They are not the object itself while at the same time the glass surfaces dividing the space into an inside and an outside denies the viewer the access to know the reality behind the shadows. They are therefore indexes of a truth that could be, that is represented, but they are not the truth. As the vitrine starts with the representation of a possible reality made by indexes it brings the viewer to a state of perception of a possible reality that questions the reality itself, triggering their instinct of understanding the sight in a realistic way, therefore connecting the index to a known reality. This is highlighted by the central and sharpest shape: an index pointing down, or better an index of an index pointing down. The border-line on the ground also bears in this concept of an index to a constructed space defining one more time an inside and an outside. The index on the wall points down to this geometrical line that resembles something like the lines on sports camps, suggesting that this border-line is also just an index to an idea that has nevertheless found a materiality on the ground, in contrast to the shadows. This line is made of flour which, apart from being a very cheap source of nutrition, is also vulnerable to change by the wind, someone stepping on it or just a brush. Hide behind a vitrine however, it is protected by all of these changes. Lastly these concepts of reality, realism, border and untouchability of them is emphasised by the clouds or, as they originally were thought, pieces of the earth floating around, suggesting that the earth is immune to the borders, who claim to define it.

Artists: Joyce Ward, Sophia Niederkofler, Aino Garcia Vainio
Curators: Joyce Ward, Sophia Niederkofler, Aino Garcia Vainio
Text: Aino Garcia Vainio







#3 SCREAM ROOM


The "Scream Room" is a conceptual installation which locks screams as human emotions in a glass vitrine inside Picoas Metrostation. In the first phase of the project we invite passerbys, and others to think about a scream as an explosion of emotions in a raw form, which is often suppressed in society. We are looking for screams of fear, happiness, anger, stress-ventil, …





When was the last time you screamed at the top of your lungs?

Upon first approach, the installation appears as an unassuming site of construction, the room obscured by an black wrapping. From the metro stop, it mimics the ongoing urban metamorphoses surrounding it. But as soon as you ascend the stairs in front of its window something different happens. Here, the illusion ruptures: a shattered mirror reveals fragmented reflections of the passerby. One hole in the mirror is precisely aligned with where your face might appear.

You look inside and a large typographic declaration—Scream Room—anchors the opposite wall, its letters looming over shards of mirror scattered across the floor. The space is both disorienting and clarifying. The black wrap itself defies expectations; with light, it transforms from opaque to translucent, dissolving the boundary between the viewer and the hidden world within.

The interplay of mirror and black surfaces reflects not only the external environment but also the viewer's own form, transposing the flatness of reflection into a multidimensional invitation. The hole in the mirror, perfectly calibrated to frame your face, situates the participant at the center of a transformative moment. Beyond it lies a visual and acoustic escape: a space for the unfiltered release of a scream.

As a continuation of this concept and to the until now silent scream a shape we invited passersby and friends to send us voice messages with screams of different everyday emotions.

All the collected SCREAM-recordings will be part of an evolving auditory collage of the #5 vitrine. Each scream, representing a unique expression of the human condition, contributes to a collective soundscape.

In the second phase installation challenges societal norms around emotional restraint, offering a cathartic release and a powerful reminder of our shared humanity. It transforms personal pain into communal art, allowing visitors to experience the transformative power of expressing and sharing their most intense emotions.

Artists: Joyce Ward, Sophia Niederkofler, Aino Garcia Vainio, MoMO Gallery, Clem
Curators: Joyce Ward, Sophia Niederkofler, Aino Garcia Vainio
Text: Sophia Niederkofler





#4 SURFACE ORDER


In this vitrine there are three quite isolated elements standing on three layers. The first layer is a black wrap on the glass that has been ripped in order to give the impression of a broken mirror that opens the door to a distorted reality. On the second layer there is a self standing installation constructed by random real or reality-resembling objects that develop vertically, from the roots to the top. On the wall in the background there is a writing “SURFACE ORDER”, an art statement by MoMO Gallery.

Surface Order, two words that together do not have a given meaning, standing alone and coupled play with the perception of the viewer. Influenced by the personal experience as well as from the  installation standing in front of it, the viewer will perceive the association of these words in a personal unique way. The order is also challenged by the installation in the middle of the room. The vertical assemblage of random half-real objects chaotically put together to achieve a form looks like it is growing by itself, almost as if it was immune to artificial imagination. Lastly, the surface of the vitrine is reigned by a strong black outline, most of it being covered by a leather-resembling material. The setting looks like a broken mirror, which apart from being eye-catchy, is both threatening and gives hope at the same time, being a portal to an immaculate word or representing a surface order.

Artists: Sophia Niederkofler, Aino Garcia Vainio
Curators: Sophia Niederkofler, Aino Garcia Vainio
Text: Aino Garcia Vainio




#5 SCREAM-SCAPE


Building upon the concept of the #3 Scream Room installation, this continuation transforms the vitrine into an archive and embodiment of human emotions. In the aftermath of the initial call for screams 22 screams were collected. Each of them is an auditory imprint of a distinct emotional state in different situations. From stress to joy, fear to amusement, these screams compose a raw, vocal landscape of emotions, reflecting the breadth of human experience through the unfiltered act of release.

At the heart of the installation lies the Box of Origin, a container both literal and symbolic. It houses the collection of screams and serves as a reminder of their shared humanity: an assemblage of singular expressions, yet universally resonant. This central object offers visitors a contemplative point of focus amidst the fragmented chaos of strings coming out of the inside of the box. Each black string is attached to one starting point of a contour line forming a landscape on the glass.These threads create a visual dialogue between human emotion and the natural world, forging a poetic connection between the inner landscapes of feeling and the physical terrain of the earth. It is a catalyst for an exploration of one's own emotional topography.

Artists: Joyce Ward, Sophia Niederkofler, Aino Garcia Vainio
Curators: Joyce Ward, Sophia Niederkofler, Aino Garcia Vainio
Text: Sophia Niederkofler




Intendente espaço-projeto


mais uno +1 é um estúdio aberto nas Largo Residências que explora a relação entre

  um espaço
+ Largo do Intendente
+ artista do mês
+ comunidade
+ tu
—  duração do projeto
    2021 - 2022
—  local do projeto
    Largo do Intendente (Lisboa)
—  curadoria
    Angela Fellowes
    Inês Nêves
—  entidades parceiras
    LARGO Residências
—  artistas
    Angela Fellowes (Nov 2021)
    Lígia Fernandes (Jan 2022)
    Nicole Sánchez (Fev 2022)
    mais uno +1 (Mar 2022)
O projeto mais uno +1 contempla a definição e gestão de um espaço de exposição partindo da interpretação do exercício curatorial como:
  1. Ato compartilhado que se gera ou é executado por mais de uma pessoa, uma forma de testar hipóteses de relações;
  2. Ato artístico que estabelece um meio de exploração e de criação de práticas colectivas;
  3. Ato de espontaneidade premeditada, que prepara e facilita as condições necessárias à ocorrência de encontros e acontecimentos orgânicos através da expressão artística.

A partir desta perspectiva, a construção do racional, identidade, comunicação e operação do espaço torna-se num ato artístico de criação comum que funciona como um território de reunião e mediação. Para que estas premissas sejam exequíveis, o espaço de exposição adopta a natureza de espaço-projeto. Num espaço-projeto a prática artística é orientada ao processo: comentada, apresentada, considerada, experimentada e co-produzida, procurando formatos colaborativos e/ou participativos e interdisciplinares.

Com ênfase no processo de exploração das diferentes dinâmicas e energias dos atores envolvidos, e considerando que o coletivo composto por únicos (1+1+1+1+…), que por si só é uno também, o espaço-projeto mais uno +1 opera em numa escala relacional e incremental que busca ativar o seu potencial de restauração social e urbana e revitalização artística local um vínculo de cada vez.

(espaço-projeto) = mais uno
mais uno + 1 (ator* A) = uno
mais uno + 1 + 1 (ator* B) = uno
mais uno + 1 + 1 + 1 (ator* C) = uno


* Alguém/algo capaz de causar efeito que pode ser composto por um ou mais. Exemplos: vizinhos, artistas residentes, trabalhadores da instituição, estudantes, etc.


Angela Fellowes
"A Nossa Memória"


Uma coleção de memórias do Largo do Intendente desenhadas em individuais de café.

Lígia Fernandes
"avó não me contou"


A avó não me contou sobre a sua infância, sobre como foi nascer e viver em Portugal.

A avó não me contou sobre a sua vida em Angola e Moçambique, nem sobre como teve que regressar.

A avó não me contou que guarda a fotografia do seu primeiro amor no álbum, mas não a mostra a ninguém.

A avó não me contou que fugiu da guerra com o dinheiro que conseguiu esconder dentro da vagina.

A avó não me contou sobre o dia em que deixou de tocar piano.

A avó não me contou nada sobre como o avô se foi embora e a deixou com a minha mãe.

A avó não me contou sobre a prostituição das artistas de cabaret e revista.

A avó não me contou sobre as vítimas negras da independência das ex-Colónias

A avó não me contou que as meninas ricas não podiam ir à escola.

A avó não me contou sobre a sua viagem pelo continente africano.

A avó não me contou sobre o seu trabalho de infância.

A avó não me contou sobre a sua carreira de cançonetista e artista da rádio

A avó não me contou sobre as amantes do avô.

A avó não me contou sobre o trisavô, que era de São Tomé e Príncipe e poderia ter sido traficante de escravos.

A avó não me contou sobre a sua paixão impossível por um homem de outra classe social.

A avó não me contou sobre o bisavô, que era músico de jazz e que só conheceu enquanto este dormia.

A avó não me contou porque mandou a mãe para o colégio interno.

A avó não me contou sobre o 25 de Abril.

A avó não me contou sobre a sua infância no teatro Tivoli.

A avó não me contou sobre esta Lisboa que é feita de tantas camadas.

A avó não me contou que eu fui a primeira mulher da família a nascer em Liberdade.

Isso descobri eu, depois de a ouvir.


Texto: Lígia Fernandes, baseado em depoimentos reais recolhidos com as utentes do centro de dia da N. Sra. dos Anjos entre Maio e Setembro de 2020.

Desde março de 2020 com o despoletar da pandemia de COVID-19, foram encerrados em Portugal a maioria dos espaços comunitários — entre eles o do centro de dia da Nossa Senhora dos Anjos, em Lisboa. Para muitos dos seus utentes as atividades do centro de dia eram os únicos momentos de interação social do seu quotidiano. A pandemia revelou-se especialmente difícil para a geração mais idosa, que se viu confinada em casa, em situações de solidão extrema. Foi neste contexto que recebi um convite urgente do LARGO Residências para desenvolver uma iniciativa artística com os utentes do centro de dia da N. Sra. do a Anjos.

O projeto “retratos de família” fez parte dessa iniciativa. Foi o primeiro que realizei depois da ocorrência da pandemia. Foram várias semanas de recolha das imagens e histórias de vida das diferentes utentes. A recolha consistia em visitas às suas casas e a uma conversa que decorria ao ritmo da viragem das páginas dos seus álbuns de família. Estórias de vida com muitas pausas e recomeços.

Desta iniciativa nasce o projeto a "avó não me contou": uma recolha-em-progresso das histórias e imagens de vida da geração mais antiga de mulheres em diferentes partes do mundo. Re-construo, através do desenho, uma narrativa feminina da história que ficou por escrever. Em Janeiro de 2022, regresso às imagens recolhidas no espaço mais uno +1.




                       

Fotografia: Nicole Sánchez

Nicole Sánchez
"Estúdio do Bairro"


O mês de Fevereiro no Largo Café Estúdio e no espaço-projecto mais uno +1 é dedicado à fotografia. O projecto "Estúdio do Bairro" de Nicole Sánchez procura capturar a essência da comunidade do Intendente ao reavivar uma tradição que — com o passar do tempo, o aparecimento dos fotomatons, das máquinas digitais compactas e dos smartphones — se tornou extinta.

Os estúdios fotográficos de rua representaram durante décadas um lugar de celebração, de reunião, de ritual, onde pessoas, amigos e famílias se juntavam em ocasiões especiais (e não só), enfeitando-se com o seu vestido mais bonito ou mais brilhantina no cabelo do que era habitual. Ao mesmo tempo, estes estúdios tornavam-se também um local de arquivo: nas suas montras agregavam-se os rostos aperaltados da vizinhança, as fotografias de passe, os retratos de família, ou as imagens do bebé que acabava de nascer. Via-se espelhado cada rosto que construía esse bairro, essa comunidade, essa família extensa.

Ao reconstruir no espaço-projecto mais uno +1 este “estúdio do bairro”, Nicole procura confortar a nostalgia por um lugar de encontro consumido pelo tempo. Durante um mês, os vizinhos poderão de novo colocar a sua melhor gravata, usar o seu verniz mais brilhante, e unirem-se para uma foto. Uma foto que podem levar para casa, emoldurar, e colocar na parede da sala, para relembrar que, afinal, pertencem a algo mais uno. Como uma montra, o Largo Café Estúdio apresenta os resultados do "Estúdio de Bairro" que foi montado em Dezembro de 2021




Fotografia: Nicole Sánchez

Fotografia: Inês Gil Silva (Sounds Like a Plan Photography)

mais uno +1
"Domingos de Criação"

Em plena ditadura militar no Brasil — e três anos antes do seu fim em Portugal — aconteceram em 1971, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, os “Domingos de Criação”. Pela iniciativa de Frederico Morais, e pela ação e imaginação das centenas de pessoas que se foram reunindo, a cada domingo sucedeu-se um acto de criação, diálogo e celebração colectiva. Esta acção assumiu-se como um verdadeiro rasgo político numa altura em que a liberdade não era uma possibilidade.

Em Março de 2022, no Largo do Intendente, em Lisboa, relembrámos os “Domingos de Criação” no Largo Café Estúdio. Como parte da Cooperativa Cultural LARGO Residências, também aqui foram acontecendo muitos Domingos dedicados à cultura e à arte. Ao longo dos últimos 10 anos, o Café tem pulsado neste LARGO como centro de encontro e diálogo do Bairro Intendente.

Nestas últimas acções do Largo Café Estúdio no Largo do Intendente, convidámos a sua comunidade a criar connosco. Cada Domingo desse mês foi dedicado a uma forma de expressão — palavras, imagens, linhas, movimentos — em homenagem a todas as pessoas, artistas e trocas que por aqui passaram, e os diversos tipos de linguagem utilizados. Assim convidámos todos a despedirem-se do Café Estúdio, agradecer-lhe e dizerem que lhe pertencem, que vive em nós e continuará a perdurar no tempo. 

Em simultâneo, no adjacente mais uno +1, acumulámos os afectos e expressões trocados ao longo destes Domingos num projecto de fanzine.  A fanzine tornou-se um ateliê aberto, um projecto artístico, um processo participativo e uma exposição arquivo, onde as palavras ditas, as imagens capturadas, as linhas desenhadas e os movimentos realizados foram unidos e imortalizados em cada das suas páginas.

Fotografia: Nicole Sánchez, LARGO Residências, e Zé Luís C.



THE INHABITANTS

micro and macro
O que um mapa representa é quase sempre fixo, robusto e pouco suscetível de mudar nas décadas seguintes. É estático e parece ser neutro ou mesmo indiferente ao movimento. Por outro lado, é o instrumento mais importante para que o movimento aconteça.

Quantas vezes se cruzou com um desconhecido enquanto tentava descobrir o caminho a seguir, olhando para o seu ecrã e seguindo a rotação do mapa? Quantas vezes se aproximou de alguém para perguntar o caminho quando estava perdido? Alguma vez pensou: "Se parecer que sei para onde estou a ir, tudo correrá bem"? Todos estes pequenos encontros humanos têm origem em mapas e movimentos. Ligia Fernandes escreveu sobre eles a partir da perspetiva do amor. Quando se faz zoom out, dá-se de caras com a obra Spoglie, Studio #5. Que é uma tentativa de acrescentar esta segunda camada de movimento. A microescala torna-se maior quando se emaranha, como se os habitantes fossem fios de cabelo, formando nós, formando redes. A última obra desta secção é uma de Yongxuan Zheng. Onde a unicidade de um carácter chinês, que significa malha, é o início de uma estrutura em forma de mapa, repleta de associações e outros caracteres chineses.

É possível mapear as experiências humanas dentro do quadro e do sistema de um mapa? Como podemos contar experiências subjectivas e hiperpessoais através do mapa indiferente? O trabalho de Valentina Sarmiento Cruz é uma resposta possível. Ela conta uma história utilizando o Google Street view, onde as imagens são criadas como um mero registo. Ela percorre-as e reconstrói as suas próprias memórias de 3 lugares. A certa altura, o Street View capta manifestantes por acidente. É aqui que o mapa e a emoção individual se encontram. Manu romeiro mapeia a sua cidade e a sua experiência nela através de desenhos a traço fino. É outra forma de recordar e captar os lugares que amamos. A vida rápida usa o mapa geográfico e a sua factualidade como uma vantagem. Aqui a indiferença do mapa é quase uma vantagem. Ao delinear nele as origens dos alimentos populares e exóticos, as distâncias impossíveis que têm de atravessar tornam-se claras. Desperta a consciência de coisas que tomamos por garantidas. A rede visual e tátil que se estende torna visíveis os privilégios. O mapa torna-se aqui um espelho no qual nos encontramos a nós próprios.

Outra forma de entrelaçar a experiência humana e o mapa é nos mapas astrológicos. A ideia de que o movimento e o alinhamento das estrelas e dos planetas nos influenciam. Podemos usar a astrologia para descrever a cidade? E será que a cidade tem uma psique? Todas estas questões são colocadas no trabalho de Berfin Alyeşi. Ela liga a leitura astrológica da cidade aos acontecimentos na cidade. Desta forma, é feita uma ligação poética entre o micro e o macro, entre o humano e o mapa, o movimento e a estática.

Como já foi referido, os mapas são capazes de mostrar o passado e o presente. Mas como é que podemos ver o futuro? É possível moldar o futuro num mapa?
Future Archeology aborda em parte esta questão. Na obra, Sui-Hin MAK propõe o que será encontrado de nós no futuro. O que permanecerá? O resultado é um guia áudio através da cidade de Hong Kong, com elementos possíveis.
    

Spoglie, Studio #5  

Artista: Eleonora Gugliotta ︎ ︎
Eleonora Gugliotta nasceu em 1989 na Sicília (Itália) e formou-se na Academia de Belas Artes de Brera, em Milão, em Decoração Contemporânea. Em 2017 colaborou com o pavilhão de Espanha durante a Bienal de Arquitetura, em 2018 esteve presente com um projeto no MACRO em Roma e em 2019 ganhou o primeiro prémio na Feira de Arte Paratissima de Turim. Em 2022 organiza e gere exposições suas e de outros artistas no seu Atelier em Milão, cidade onde também é professora de Disciplinas Gráficas e Pictóricas numa Escola de Arte. Participou em várias exposições colectivas, apresentando instalações, projectos fotográficos, vídeos e performances.
Nas suas obras, a artista sempre preferiu a utilização de filamentos naturais - sejam eles lã ou cabelo - transformando-os em verdadeiros sinais, traços como os de uma caneta que desenha o que a mão ordena e a mente decide. Relativamente ao espaço de ação, são como microelementos que se tornam ao mesmo tempo pontos de ligação e de junção, bem como rastos visíveis do movimento do homem no espaço. Juntamente com os mapas geográficos, o cabelo é um dos dois principais elementos comparados e sobre os quais incide o jogo de escadas criado com a série de colagens Spoglie. Sobre os sinais e as formas aleatórias dos mapas - formados por estradas, rios e costas - o artista sobrepõe um emaranhado de cabelos que se unem à superfície, criando novos caminhos. O elemento natural adquire formas suaves e sinuosas, contrastando com os sinais muitas vezes angulares dos mapas e traçando simbolicamente o fluxo caótico do homem sobre a terra. Num jogo entre o micro e o macro, os traços orgânicos do homem misturam-se com os caminhos tornados invisíveis, mas ambos desenhados seguindo a natureza tipicamente humana de transformar o espaço à sua volta.

“Connection (络)”

Artista: Yongxuan Zheng ︎
Yongxuan Zheng é um estudante de gravura do Nscad. Concentra-se na aprendizagem e na prática de diferentes técnicas de gravura, como a serigrafia, o talhe-doce ou o relevo.
Como falante não nativo de inglês, viver no Canadá é frequentemente afetado por barreiras linguísticas e choques culturais. Depois de aprender gravura, tento usar a gravura como a minha terceira língua e utilizar a minha língua materna, os caracteres chineses, como material para exprimir as minhas ideias. Esta gravura é o terceiro trabalho da minha série de caracteres chineses. O carácter grande no fundo significa malha ou rede em chinês e, quando combinado com outros caracteres do vocabulário, pode ter significados como rede, ligação, associação, etc. Utilizo este carácter grande como esqueleto para desenhar um mapa da cidade e utilizo mais tipos de letra pequenos para o construir. São como edifícios, veículos e pessoas na cidade. O conteúdo destas pequenas fontes está relacionado com a história e a cultura.

Mapping a place out of love

Artista: Lígia Fernandes ︎ ︎
    
Lígia Fernandes é uma artista visual portuguesa baseada entre a Estónia e Portugal, focada na intersecção entre artes visuais, arte socialmente empenhada e economias comunitárias. No seu trabalho, usa o desenho e a pintura como ferramentas para explorar universos culturais, etnografias e identidades, e a organização como um meio de criar espaço para a partilha, colaboração e criação.
O que é que acontece se cartografarmos um lugar por amor? O que é que significa cartografar um lugar por amor?
Quando nos aproximamos de um novo território, estamos conscientes das nossas condições. Podemos vir com algumas perguntas pré-determinadas. Podemos já ter ouvido falar das lutas do lugar. Também as tensões. Talvez seja a gentrificação, a brutalidade policial, as tensões entre grupos sociais e etnias, a pobreza e a marginalização. Ouvimos falar destas coisas e queremos saber mais.

(...)

“La eterna primavera”

Artista: Valentina Sarmiento Cruz  ︎ ︎ ︎
Valentina Sarmiento Cruz é uma escritora e investigadora independente que procura resultados multimédia para o seu trabalho. Interessa-se pela construção espacial e pela pertença, bem como por espaços que falham a dicotomia urbano/rural. Desenvolveu este projeto enquanto viveu em Chicago, E.U.A.
La eterna primavera é um projeto baseado na Web que explora a cidade mexicana de Cuernavaca através da vida de três monumentos. Utilizando o Google Street View para rastrear e seguir digitalmente as suas memórias, Valentina Sarmiento Cruz articula um relato pessoal da sua cidade natal. Em colaboração com o programador Roberto Hidalgo e considerando que a investigação e os processos criativos estão enraizados no Google Maps, o projeto imita a plataforma de mapeamento para pensar sobre a forma como aprendemos, interagimos e recordamos o espaço - especialmente quando não temos acesso físico a ele.

THE AUTHORITY

Há muito que a construção de mapas pertence àqueles que reivindicam autoridade. Construímos mapas e estabelecemos fronteiras para separar ou unificar habitantes, culturas e identidades. Será que vemos até onde o poder se estende? Vemos a injustiça ou a resistência? As memórias das pessoas que vivem na terra? Maps as "The Authority" mostra uma seleção de obras de arte que reflectem, questionam e reimaginam a cartografia e a sua finalidade. Os mapas de hoje continuam a usar a mesma representação; de objectos, regiões, linhas, paisagens. Será possível mostrar a realidade da vida dos habitantes? À medida que evoluímos como sociedades, criamos novas redes, dinâmicas (de poder) e identidades. Este movimento constante da vida estruturada, as mudanças de propriedade e de autoridades podem assumir muitas realidades à medida que as (re)construímos coletivamente.


Fe Simeoni mostra-nos as fronteiras como peças do nosso imaginário coletivo. Cortando o Mar Mediterrâneo em 23 triângulos e reorganizando a linha costeira, é criada uma ilha fechada. Mare nostrum torna-se terra nostra, ligando Veneza e Tunes, Salónica e Alexandria. Que mudanças é que uma tal deslocação provocaria? As nossas identidades estão profundamente enraizadas na paisagem em que crescemos - a peça de Laura Kern intitulada "Chipping" aborda a noção de cultura e geografia. A cultura é construída através da vida de gerações vividas junto ao mar, às montanhas ou às grandes planícies. Ou, de facto, as nossas diferenças foram sempre construídas por características geográficas, conotações imaginárias de este e oeste, norte e sul. Gabriela Manfredini olha para o nosso mapa-mundo como um jogo de xadrez; estrategicamente construído, mas variável. Será então demasiado rebuscada a ideia de um caldeirão sem fronteiras?

Estas três obras analisam os nossos mapas como construções de sociedades e convidam-nos a olhar mais de perto e a refletir sobre a forma como a autoridade decide a visibilidade. Bahar Majdzadeh cria o "Map of Absentees", uma ligação inteligível entre espaço público, violência política e memória de grupo. O projeto aberto mostra quinze refugiados políticos iranianos cujo exílio teve origem na destruição política que ocorreu no Irão entre 1979 e 1988. Cada voz conta uma memória, um pensamento, uma análise ou um acontecimento ligado a um lugar específico de Teerão. As histórias, juntamente com o mapa da cidade, tentam criar um contraste entre o passado e o presente. O Mapa dos Ausentes pode ser entendido como um pequeno ato de resistência face ao poder autoritário do mapa. Diego Inestrillas põe em causa as autoridades, numa altura em que os feminicídios no México continuam a aumentar e os casos de pessoas desaparecidas ascendem a 110.000. A gravidade da invisibilidade é também demonstrada por Afef Omri na obra intitulada "O meu lugar na cidade". O "direito à cidade" está sujeito a uma construção histórica e cultural. À primeira vista, a mistura social parece ser um dado adquirido, exceto que o acesso à urbanidade nunca foi democrático. A utilização do espaço público parece responder conscientemente a normas de género, a códigos comportamentais de género. Enquanto "mulheres", desenvolvemos micro-tácticas de proteção baseadas no local onde vamos e nas pessoas que nos rodeiam.

O projeto fotográfico em curso de George Mercurius, intitulado "A Orelha de Ouro", mostra a autoridade de um ângulo diferente. O projeto é uma viagem para explorar a vida monástica ortodoxa copta no Egipto. Procura compreender a rotina diária e as práticas espirituais dos monges actuais, bem como como era a vida em Qalali, no meio do deserto e nas montanhas. Poderemos encontrar autoridade na prática religiosa institucionalizada? Ou naqueles que optam por abandonar a sociedade e praticar um ascetismo voluntário?



Chipping  

Artista: Laura Kern ︎ ︎
O facto de ter crescido na Pensilvânia rural teve um impacto profundo no meu modo de vida e de pensar. O meu trabalho examina a relação entre cultura e paisagem. Questiono a forma como a identidade, a sociedade e a geografia se informam mutuamente. Utilizo vários meios, incluindo objectos encontrados, tecido e metal, para visualizar esta relação. Estas conglomerações de objectos encontrados e criados exploram as paisagens em relação a questões sociais.

Studies for chessboard I, II

Artista: Gabriela Manfredini ︎
    
Gabriela Manfredini é uma artista brasileira radicada no Porto. A sua prática artística é multidisciplinar, mas nos últimos três anos tem trabalhado sobretudo com desenho e performance. Interessa-se por temas como o feminismo e o Antropoceno e, recentemente, tem-se concentrado em investigar as relações entre a cultura do trabalho contemporânea, o corpo e a produtividade para criar performances.
A obra América Invertida (1943), de Joaquín Torres García, está na origem da ideia de retraçar e reposicionar o mapa-mundo. O mundo pode ser dividido em países, em leste/oeste ou norte/sul. No entanto, o jogo de xadrez foi utilizado para repensar essas divisões e ressignificar as fronteiras existentes. Será que podemos imaginar um mundo futuro onde as fronteiras não serão necessárias?

Map of absentees

Artista: Bahar Majdzadeh ︎
    
Bahar Majdzadeh é um artista-investigador iraniano que vive e trabalha entre Paris e Marselha. Lecciona cursos teóricos e práticos de artes visuais e contemporâneas na Universidade de Aix-Marseille e segue uma abordagem de investigação baseada na prática.
Espalhados por todo o mundo, quinze refugiados políticos iranianos, cujo exílio teve origem na destruição política ocorrida no Irão entre 1979 e 1988, participaram na criação deste mapa, mais concretamente militantes de diferentes correntes políticas que estiveram envolvidos na revolução contra o Xá e que, mais tarde, se opuseram ao novo regime islâmico repressivo.
regime islâmico repressivo. Por conseguinte, para se manterem vivos ou prosseguirem a sua luta política, não tiveram outra alternativa senão abandonar o seu país. São pessoas que vêem o exílio como uma posição política, como a continuação de uma luta, como uma resistência, por mais simbólica que seja. Cada voz conta uma memória, um pensamento, uma análise ou um acontecimento ligado a um lugar específico de Teerão. Estas vozes, que não permitem construir um relato histórico e detalhado, tentam estabelecer, através do mapa real de Teerão, uma relação dialética entre o passado e o presente.
O Mapa dos Ausentes, que é um projeto aberto, pode ser entendido como um pequeno ato de resistência face ao poder autoritário do mapa. É a transposição de uma instalação cartográfica sonora.

Mediterraneo Upside Down

Artista: Fe Simeoni ︎ ︎
Fe Simeon é um designer de informação que vive entre Treviso e Helsínquia. A sua prática envolve visualizações de dados e mapas para investigação genética, jornalismo geopolítico e educação.
Os mapas são óptimos para estabelecer fronteiras. Mas e se cortarmos os mapas com uma tesoura e redefinirmos limites e ligações? Podemos descobrir novas geografias onde estamos mais próximos do que o esperado. As fronteiras são pedaços de imaginações colectivas.

"Mediterraneo Upside Down" cortou o Mar Mediterrâneo em 23 triângulos, reorganizando a linha costeira para criar uma ilha fechada. As ligações terrestres poderiam então ser estabelecidas entre Veneza e Tunes, Tessalónica e Alexandria. Do mare nostrum à terra nostra.

THE INSTRUMENT

Imagine a seguinte cena. Tem um encontro com um amigo. Antes de sair de casa, verifica no seu telemóvel o caminho mais rápido para o café onde se vão encontrar. Na escadaria, passa a correr pelos sinais que indicam a rota de evacuação, dirigindo-se para o metro. Aí, as várias linhas e paragens revestem as paredes como se de uma obra de arte abstrata se tratasse. Dá uma última olhadela e segue em frente. Enquanto tomam um café, falam de mudanças, de viagens de férias. Quando chega a casa, verifica a sua aplicação de saúde, as altitudes e o que andou nesse dia. Foi um bom dia porque o número de passos foi atingido.

Esta situação parece muito banal, mas está repleta de mapas. Embora sob diferentes formas e temas, todos têm o mesmo objetivo. Navegação, orientação e documentação para o indivíduo. Permitir uma navegação e orientação eficientes. O sistema e os símbolos utilizados são-nos tão familiares que já nem damos por eles. Subtilmente, entraram em quase todos os aspectos da nossa vida. As três primeiras obras abordam este facto. Ao fazer referência a um dos símbolos do mapa, conseguem dar significado a um ato simples e destilado. O virar de uma página torna-se a criação de um relevo em "From Occident to Accident". Na obra de Elad Argaman, um simples tubo de plástico assume o papel principal. Como parte de uma instalação maior e com som adicional, o tubo guia os visitantes. Fora das paredes da exposição, funciona como um meio de transporte e torna possível o movimento da água, tornando-se assim um instrumento de navegação. Além disso, o visual ressoa imediatamente com as linhas do mapa ou com a trajetória que se tem de fazer para chegar de um ponto ao outro. Por fim, Farah al Sidiky mostra-nos o planeamento de uma casa. A artista investiga a diferença entre o que está no papel e o material construído.

Depois, há a navegação. E se o mapa não estiver disponível? Existe uma alternativa? Carmen Bioque e Salma Shehattah propõem uma nova forma de navegação. Com um poema de Lorca como guia, Bioque percorre a cidade. Redescobre as estátuas, tanto pontos de navegação como objectos e obras de arte. São pontos fixos e, portanto, isolados no ambiente sempre em movimento da cidade. Poderíamos dizer que Shehattah faz o mesmo com a sua contraparte orgânica, as árvores. Estão fixas no mesmo sítio. Dão sombra e transformam a cidade em cada estação. Ao longo da obra, tenta captar as memórias partilhadas entre as pessoas e as árvores. Ambas as obras podem ser vistas como uma homenagem ao ato de caminhar e passear, o que vai contra a eficiência que é irradiada pelo mapa. A artista Ane Bonde Rolsted vai ainda mais longe. E se não conhecermos o mapa? Ao seguir os passos e o percurso de um cão com um GPS, a artista mostra o movimento orgânico puro. Ao fazê-lo, aborda também o papel entre os seres humanos e a natureza e a forma como controlamos esta última.

O projeto "Contrasto" trabalha também em torno da relação particular entre o homem e a natureza. Contrasto significa "choque" ou disputa, mas também a justaposição de coisas diferentes. Os participantes fizeram um mapa de interpretação humanística do Vale de Uzzone, seguindo a rota de trekking "Anello Bello". A natureza e os elementos humanos têm aqui a sua própria cor. Olhando através de óculos coloridos, um ou outro é visível.

Outra obra que contraria a linha reta que o mapa parece impor-nos repetidamente é a de Elena Grossi. A linha reta torna-se um ponto. Elena Grossi vai à procura dos espaços vazios do mapa digital, onde a orientação é muito mais difícil e as vistas são mais invulgares. A série mostra fotografias que as pessoas tiraram nesses sítios. Todas elas são caracterizadas pelo mau funcionamento/utilização da tecnologia. Isto faz-nos questionar a relação que temos com a natureza e a tecnologia que a capta. Aurélie d'Incau experimenta um jogo de contar histórias sobre como integrar a recolha de dados no jogo. Ao fazer um mapa de pizzas durante um projeto participativo de narração de histórias, os mapas servem de instrumento para localizar assuntos estranhos e comuns. Ao jogar com papéis, segredos e estranheza, o projeto constrói um mapa a partir da imaginação colectiva dos participantes.

From occident to accident

Artista: Francisco Menezes
    
Francisco Menezes, 1993, é um artista multidisciplinar sediado em Lisboa. É licenciado em escultura pela Faculdade de Belas Artes de Lisboa e completou o Programa de Estudos Internacionais da Maumaus. Exposições seleccionadas no passado incluem o Prémio Paula Rego no CHPR (2017, 2018), Essays on Collaboration na Pousio, Lovers, and Our Slice of Time na Zaratan (2022) entre outras.

The Rumble

Artista: Elad Argaman ︎
    
Elad Argaman é um artista americano que vive em Londres, Inglaterra. A sua investigação e prática artística centram-se na colisão de vários aspectos, incluindo a memória, a identidade, a linguagem, o simbolismo, a mitologia, bem como o tempo profundo. O seu trabalho abrange uma variedade de meios, incluindo escultura, pintura, imagem em movimento e instalação, e está profundamente enraizado na exploração destes temas complexos.
Este impressionante tubo de plástico de 6 metros foi apresentado como parte de uma instalação maior em 2022, que explorou o tema da expansão urbana como um organismo vivo, onde a carne e o cimento se fundem. O cano não só é um elemento visualmente atrativo da instalação, como também funciona como peça sonora, com a inclusão de tambores altos tocados a partir do interior do cano (fornecidos e gravados por um músico). A batida dos tambores serve como ferramenta de navegação para o espetador, conduzindo-o pelo espaço e criando uma sensação de movimento e exploração. Como componente da instalação de maiores dimensões, esta peça oferece uma perspetiva única sobre a relação entre os ambientes natural e construído, criando uma experiência imersiva e estimulante para os espectadores.

AUDIOPIECE

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Artista: Farah Al Sidiky ︎
    
Farah Al Sidiky é uma artista multidisciplinar, curadora e escritora sediada no Qatar.
A sua investigação explora a formação de narrativas através de imagens e textos. Licenciou-se em Belas Artes e Teoria da Arte Contemporânea. A sua prática artística atual utiliza materiais encontrados e fabricados para demonstrar quadros de temporalidade e a forma como estes são estratificados em diferentes modos de leitura.
Explorando modos de fazer mapas antes e depois de uma construção. O que transforma uma unidade de habitação estruturada num lar intangível vivido, e as transições entre eles. Meios mistos.

Lorca and the existential rhythm of nature

Artista: Carmen Bioque ︎ ︎
    
Carmen Bioque (ela/ele) é uma curadora e investigadora no campo da arte contemporânea, baseada em Lisboa, com um interesse especial em filosofia, teoria e estética, e uma grande paixão pelo cinema, práticas artísticas híbridas ligadas à imagem em movimento e música eletrónica. É uma artista multimédia que trabalha principalmente com fotografia digital e analógica, colagem e vídeo-instalação, com uma preocupação fundamental nas sinergias entre imagem-paisagem e paisagem sonora para retratar as paisagens interiores emocionais da mente e construir ensaios visuais poéticos. Por último, é DJ com o nome de Ácida Bliss, como continuação da minha investigação sobre a paisagem sonora.

Poema audiovisual numa video-instalação de projeção múltipla.

LANDMADE

zine de mapeamento cultural
Esta zine é a primeira de muitas zines que utilizam diferentes meios de comunicação para investigar um determinado tema. Para esta primeira, decidimos escolher o tema do mapa e do ato de mapear. Há duas razões principais para isso. Em primeiro lugar, enquanto coletivo, estamos interessados em criar projectos nos e com os bairros. Projectos que trabalham com pessoas e lugares para além dos circuitos artísticos regulares. Os nossos projectos "Histórias vividas e por viver" e "Mapa da Memória" foram exemplos da nossa missão de nos envolvermos com os locais e criarmos pontes entre artistas, instituições e habitantes. Certas comunidades e bairros são muitas vezes negligenciados, mas com cuidado, a vida pode tornar-se visível no mapa.

A segunda razão é a nossa existência nómada. Por não termos um espaço de projeto ou escritório fixo, temos explorado a cidade a cada novo projeto. Este tem sido um processo muito interessante, mas também traz desafios no que respeita à visibilidade. Ter um espaço é existir, é o que parece. Desta forma, esta zine é uma homenagem à viagem nómada do ano passado. Começaremos, portanto, com três outras organizações nómadas de Lisboa.

Em seguida, investigaremos o mapa como conceito e construção social a três níveis: os habitantes, a autoridade e o mapa como instrumento. Fazemo-lo através de uma seleção de obras de arte feitas por artistas de todo o mundo. Desta forma, a zine torna-se uma coleção portátil de pensamentos e actividades, um centro portátil. Talvez possamos ajudar a iniciar a sua viagem, pensando em mapas, navegação e nomadismo.




Projeto Bairro em Festa

Centros

    
Artistas Anónimos

A prática artística pode ser um lugar solitário. Por essa razão, uma vez por mês, reunimo-nos num grupo de apoio mútuo, centrado em particular na prática das artes visuais.

Artistas Anónimos é uma comunidade de pessoas que partilham as suas experiências, a sua força e esperança para resolver o seu problema comum e ajudar outros a continuar a fazer arte de uma forma motivada, saudável e sustentável.

O único requisito para ser membro é o desejo de continuar a fazer arte.

Lisbon Drawing Club é uma comunidade de amantes do desenho de modelos vivos que se encontram regularmente para desenhar e partilhar um bom momento. Cada sessão é organizada num local diferente da cidade, que normalmente não é acessível para desenhar. A cidade é explorada de uma forma única. Desta forma, constrói-se um núcleo/comunidade que vê a sua natureza nómada como um ponto forte e não como uma desvantagem.
Lisbon sketchers

Lisbonsketchers é uma comunidade de urban sketchers na zona de Lisboa. O objetivo da comunidade é explorar a cidade de diferentes formas, desenhar a vida quotidiana nas ruas e partilhar histórias pessoais e artísticas entre si.São organizados encontros semanais em diferentes locais, encorajando as pessoas a expressarem-se e a encontrarem a sua própria essência do local. Após quase um ano de exploração, o grupo representou esta atividade num mapa acompanhado de esboços no local. Desta forma, o mapa mostra uma cidade em mudança através de momentos específicos que foram apreendidos em esboços. O grupo é gratuito e está aberto a pessoas de todas as idades, classes sociais e nacionalidades.

Artists hubs

baseadxs em Lisboa, Portugal
PTEN